Das territorialidades tradicionais à territorialização da agroecologia

O projeto de Pesquisa aprovado pelo CNPq (Universal 2016), intitulado ¨Das territorialidades tradicionais à territorialização da agroecologia: saberes, práticas e políticas de natureza em três comunidades rurais paranaense¨, bem como o projeto de Extensão aprovado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná (edital Universidade Sem Fronteiras, 2016), intitulado  ¨Selo Socioambiental Produtos da Agrofloresta Faxinalense: Capacitação sociotécnica e empoderamento jurídico para a inclusão social e geração de renda em comunidades rurais faxinalenses do Paraná¨, têm como objetivo geral avaliar em que medida a proposta agroecológica de desenvolvimento local pode viabilizar as territorialidades tradicionais (os modos de viver e habitar de uma dada coletividade no território) de três comunidades rurais do Paraná, a saber: o Faxinal Sete Saltos de Baixo (município de Ponta Grossa), a comunidade remanescente de quilombolas do Palmital dos Pretos (município de Campo Largo) e a Comunidade de pescadores artesanais do Guaraguaçu (município de Pontal do Paraná).
Em termos de extensão, o projeto apresenta como finalidades:
  1. Caracterização da identidade socioterritorial no que tange às formas de  adoção  e/ou adaptação ao Modelo Alternativo de Produção Agroflorestal;
  2. A criação de uma Marca de Origem geográfico-cultural de Produtos Tradicionais de Base Ecológica;
  3.  A viabilização de Circuitos Alternativos de Comercialização e de geração de renda;
Tratando-se de um processo de adoção e desenvolvimento de tecnologias sociais, a idealização do projeto destacou como factual a configuração de um complexo problema de pesquisa, configurado de variáveis de seguintes ordens:
  • ecossistêmica (as vocações produtivas e as capacidades de regeneração dos ecossistemas),;
  • sociocultural (valores substantivos e imaginários a partir dos quais reafirmam-se as práticas de solidariedade comunitária e regimes de propriedade da terra);
  • econômica (formas de exploração dos recursos, organização do trabalho e repartição do seus produtos);
  • política (a territorialização de políticas institucionalizadas de ciência, assistência e extensão rural, bem como das dinâmicas globais do capital.
Assim, das múltiplas variáveis em jogo no processo de adoção de modelos alternativos de produção e comercialização, emergirão, em última análise, (re)arranjos socioterritoriais com repercussões em nível de representações, conhecimentos e práticas de agrobiodiversidade e reprodutibilidade socioecológica.
Nesses termos, aparece como imprescindível a constituição de uma equipe interdisciplinar, capaz de dialogar e atuar em nível de rede com outros atores do território, envolvidos no projeto de desenvolvimento local, e que seja virtualmente capaz de dar concretude às seguintes ações:
a. elaboração de modelos explicativos da territorialidade tradicional e dos problemas socioambientais em nível regional;
b. elaboração de cursos e oficinas de capacitação sociotécnica em agroecologia, que inclui o empoderamento jurídico e alternativas de comercialização, em conformidade com as territorialidades doravante caracterizadas; possibilitando;
c. a identificação dos aspectos (dimensões) mais relevantes e decisivos para a efetivação ou não desse projeto agroecológico, isto é, dos capitais socioculturais catalizadores de práticas alternativas de produção (de base ecológica), de geração de renda (dinamização da economia territorial) e empoderamento jurídico (efetivação dos direitos socioterritoriais) dos agentes comunitários.
Em termos concretos, tais ações deverão resultar nos seguintes em processos e produtos, sintetizados em três grandes metas, para cada item acima destacado:
i) elaboração de modelos explicativos da territorialidade tradicional e dos problemas socioambientais em nível regional;
ii) elaboração de cursos e oficinas de capacitação sociotécnica em agroecologia, que inclui o empoderamento jurídico e alternativas de comercialização, em conformidade com as territorialidades doravante caracterizadas; possibilitando;
iii) a identificação dos aspectos (dimensões) mais relevantes e decisivos para a efetivação ou não desse projeto agroecológico, isto é, dos capitais socioculturais catalizadores de práticas alternativas de produção (de base ecológica), de geração de renda (dinamização da economia territorial) e empoderamento jurídico (efetivação dos direitos socioterritoriais) dos agentes comunitários.
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