
INPI concede quatro registros de software à UEPG em abril
A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) foi contemplada com novos registros de software concedidos pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). As solicitações foram realizadas pela Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (Agipi), que encerrou o mês de abril com seis novas concessões: quatro registros de software e duas patentes, em áreas das engenharias, da saúde, das ciências naturais e exatas.
Entre as pesquisas desenvolvidas, destaca-se uma experiência inovadora em realidade virtual que combina ciência, turismo e tecnologia. Compatível com óculos de realidade virtual, a aplicação permite que o usuário explore ambientes geológicos e turísticos. O professor do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada, Mauricio Zadra Pacheco, explica que o invento usa tecnologia de escaneamento 3D, modelagem digital avançada e recursos interativos que reproduzem de forma realista as texturas, os sons e as características dos ambientes naturais. “Mais do que uma ferramenta de entretenimento, o software tem objetivos educacionais e científicos. A ideia é democratizar o acesso a locais de difícil visitação e, ao mesmo tempo, estimular o interesse por geologia, preservação ambiental e turismo sustentável”, ressaltou.
O registro de programa de computador “GeoVerse– Explore o universo da geologia em realidade virtual” visa a consciência ambiental por meio da tecnologia e está alinhada às diretrizes da UNESCO para educação sustentável. O estudo foi desenvolvido por Juliana Thaisa Rodrigues Pacheco, Liliana Gravronski, Mauricio Zadra Pacheco e Michael Lemes Gomes.
Outra invenção da UEPG refere-se ao dispositivo “App Mafamanda”, vinculado ao Departamento de Odontologia. A proposta busca solucionar um problema comum na infância ao auxiliar crianças no processo de conscientização e no desmame gradual de hábitos de sucção não nutritiva, como o uso da chupeta e o ato de chupar o dedo. “Com isso em mente, desenvolvemos uma cartilha especialmente pensada para auxiliar pais e profissionais nesse processo de retirada do hábito. Mais adiante, percebemos que, com o apoio da tecnologia, seria possível transformar essa cartilha em um software, ampliando ainda mais o alcance”, destacou a professora Fabiana Bucholdz Teixeira Alves.
Além do Departamento de Odontologia, o estudo foi desenvolvido em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde e com o Departamento de Informática, contando com a participação de Luiz Ricardo Marafigo Zander e Bredow Evangelista Rodrigues, respectivamente.
Já o registro de software denominado “Moluscos Invasores”, surgiu de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do Departamento de Biologia Geral e teve dois focos principais: um levantamento bibliográfico e o desenvolvimento de um jogo digital. O invento tem por objetivo conscientizar crianças do Ensino Fundamental sobre a presença e os impactos de espécies invasoras como os moluscos. “Chegamos a aplicar o jogo em duas escolas, e a receptividade foi muito positiva. Os alunos demonstraram grande interesse, queriam baixar o jogo e continuar jogando, embora ele ainda não estivesse disponível para acesso público”, relatou a professora, Susete Wambier Christo, sobre a experiência.
Esse trabalho é resultado da colaboração entre as áreas de Biologia e Informática da UEPG, representado por seus inventores: Augusto Luiz Ferreira Júnior, Diolete Marcante Lati Cerutti, Loren Victoria Klaus, Poliana Batista de Souza e Susete Wambier Christo.
Para encerrar o mês de abril, a UEPG recebe mais um certificado de registro de software Intitulado “SHAI – Inteligência Artificial para Saúde do Solo”. O dispositivo realiza uma análise precisa e integrada da saúde do solo, considerando seus aspectos físicos, químicos e biológicos. Os dados são processados por algoritmos de inteligência artificial, que geram informações mais detalhadas sobre as condições do solo.
Um dos pesquisadores destaca que os principais desafios envolveram a coleta e o refinamento dos dados, além da construção de algoritmos de Redes Neurais e Algoritmos genéticos para os treinamentos e aprendizado. “Durante os treinamentos e testes foram gerados mais de 300 gigabytes de logs, gráficos e resultados que precisaram ser interpretados depois, basicamente cada etapa foi um desafio diferente. As expectativas era conseguir o índice de qualidade do solo dado os atributos do solo e ao fim essa expectativa foi atingida”, conclui Renann Rodrigues da Silva.
A ideia surgiu a partir dos encontros semanais entre professores e estudantes no Laboratório de Biologia Molecular Microbiana (Labmom), dedicados à discussão de pesquisas e resultados. A iniciativa envolveu os Programas de Pós-Graduação em Agronomia, além dos Departamentos de Biologia Estrutural, Molecular e Genética, Ciências do Solo, Engenharia Agrícola e Química. O estudo tem como inventores: Adriel Ferreira da Fonseca, Carolina Weigert Galvão, Douglas Tomachewski, Eduardo Augusto Agnellos Barbosa, Fabrício Tondello Barbosa, Luís Miguel Schiebelbein, Neyde Fabiola Balarezo Giarola, Rafael Mazer Etto e Renann Rodrigues da Silva.
Texto: Daniela Borcezi
Foto: Guilherme Bucholdz Moro