Projeto da UEPG conquista o Prêmio Prime e recebe prestígio da Agipi

Projeto da UEPG conquista o Prêmio Prime e recebe prestígio da Agipi

Um projeto inovador da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) conquistou o prêmio do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime). A pesquisa, que transforma pele de tilápia em um gel cicatrizante – o hidrogel – para tratamento de feridas e queimaduras, foi selecionada entre as 120 propostas inscritas de todo o Paraná. Para o coordenador do projeto, Flávio Luís Beltrame, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), a conquista tem um significado emblemático. “Fui o primeiro pesquisador da UEPG a receber essa premiação. Sinto muito orgulho e satisfação por esse reconhecimento. O prêmio contribuirá significativamente para impulsionar o nosso projeto”, declarou. 

A cerimônia de entrega de certificado e do cheque simbólico de R$ 200 mil reais ocorreu durante o evento Paraná Faz Ciência, realizado na terça-feira (30), em Guarapuava. Participaram da premiação a professora do Departamento de Farmácia, Priscileila Ferrari, e o doutorando em Ciências Farmacêuticas, Rodrigo Tozetto, que também integram o projeto. Segundo Flávio, pretende-se utilizar o prêmio para desenvolver um laboratório e uma startup em parceria com a Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (Agipi). “O objetivo é investir em um laboratório, no desenvolvimento da mudança de escala do processo de produção, além de novas formulações farmacêuticas”, concluiu.

Além dos recursos financeiros, a premiação também inclui uma vaga em um programa de pré-aceleração ou um pacote de consultorias com foco em inovação e mercado, bem como mentoria individual oferecida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Sobre o Prime: é um programa da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia do Ensino Superior (SETI), que oportuniza a formação empreendedora e visa aproximar a pesquisa acadêmica com o mercado. A participação no programa requer envolvimento contínuo nas atividades, como a presença em aulas semanais, mentorias e o desenvolvimento de atividades práticas. Durante a sua participação no programa, Flávio afirmou que adquiriu muitos conhecimentos sobre empreendedorismo, entre eles estruturar uma empresa e desenvolver uma visão mais estratégica nessa área

O projeto

Já reconhecida por sua ação medicinal cicatrizante, a pele de tilápia é objeto de um novo estudo na UEPG, resultante da criação de um hidrogel. Nesse contexto, Flávio destaca a parceria com o professor  Eduardo César Meuer, da área de Química da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Campus Jandáia do Sul. “Ele desenvolveu um processo químico de hidrólise da pele de tilápia obtendo um pó, um ativo farmacêutico mais estável e de fácil manipulação”, relatou.  

Para explorar o potencial terapêutico desse material, o professor buscou o apoio do curso de Farmácia da UEPG, para o projeto ser desenvolvido. Durante esse processo, o pós-graduando Rodrigo Tozetto, médico-veterinário, participou do estudo voltado para aplicação em animais. “Foram realizados estudos pré-clínicos com ratos e os resultados iniciais se mostraram bastante interessantes. Em um primeiro momento, foi necessário desenvolver uma formulação farmacêutica — o hidrogel — para começar os testes”, lembrou Flávio.

Em relação aos próximos passos do projeto, destacam-se a conclusão dos ensaios clínicos, o aprimoramento do desenvolvimento do produto e a busca por empresas interessadas em firmar parcerias ou adquirir a tecnologia. O projeto intitulado “Formulações para Aplicação Tópica de Hidrolisado ou Concentrado do Hidrolisado Oriundo de Pele de Tilápia” encontra-se disponível na Vitrine Tecnológica do Prime 2025.

Texto: Daniela Borcezi

Foto de capa: Daiana Alves dos Santos

 

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