Da pesquisa ao pitch: Engenharia de Materiais da UEPG se destaca com dupla premiação
Uma pesquisa científica garantiu premiação em dose dupla para a UEPG no 15º Encontro Anual de Iniciação Tecnológica e Inovação (Eaiti), realizado em novembro na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), no município de Bandeirantes. O trabalho intitulado “Desenvolvimento de filamentos poliméricos para impressão 3D com nanopartículas de nióbio e/ou prata”, desenvolvido pela acadêmica de Engenharia de Materiais, Renata Cardoso Antunes, sob orientação do professor Osvaldo Cintho, conquistou o primeiro lugar na área de Engenharia e Tecnologias e o primeiro lugar na apresentação em formato pitch.
Esse trabalho integrou o concurso de pitch do EAITI, promovido pela Agipi e pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp) da universidade. Para Renata a realização de uma seleção interna foi muito positiva, para aprimorar a apresentação e torná-la mais direta para o público. Com as orientações da banca foi possível redirecionar o conteúdo e obter um excelente resultado. “Para nós que dominamos o assunto, apresentar e compreender o tema é uma coisa; agora, transmitir esse conhecimento para pessoas de outras áreas e fazer com que todas se conectem da mesma forma é algo totalmente diferente”, relatou Renata ao agradecer pela oportunidade de participar do evento.
A pesquisa trata da produção de filamentos para impressão 3D capazes de fabricar objetos com atividade microbicida, ou seja, que iniba a proliferação de vírus e bactérias nos ambientes. “Isso só é possível graças às nanopartículas que dispersamos de maneira homogênea no filamento, algo muito difícil de se obter, mas que conseguimos por meio da nossa técnica e rota totalmente inovadora, criada e desenvolvida por nós. Nosso próximo passo é entrar com o processo de patente, por isso ainda não podemos divulgar muitos detalhes sobre essa rota”, explicou Renata.
Ao relatar os experimentos com bactérias, a acadêmica destacou que os resultados surpreenderam: o nióbio apresentou desempenho muito superior ao da prata, reduzindo a proliferação em 12,14%, enquanto a prata obteve redução de 4,22%. “A vantagem é que o Brasil detém cerca de 90% das reservas mundiais de nióbio, e o estudo consegue agregar ainda mais valor ao material ao atribuir a ele uma utilidade inovadora”, apontou.
Para exemplificar a aplicação do invento no cotidiano, Renata apresentou situações práticas, como o uso de equipamentos feitos de polímeros, como mouses e teclados, para serem utilizados em ambientes hospitalares. Quando produzidos com os filamentos desenvolvidos, esses itens podem ser muito mais eficientes do que a higienização apenas com álcool, ajudando a evitar infecções hospitalares.
Em relação à continuidade da pesquisa, Renata afirma que há possibilidade de levar o estudo para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). E ao comentar sobre a emoção de conquistar as premiações, destacou que ganhar um prêmio já seria significativo, mas receber dois no mesmo evento superou todas as expectativas. A acadêmica relembra a tensão antes das apresentações, inclusive durante a seleção interna, quando temeu não ser escolhida para representar a universidade. “Agora, sinto apenas gratidão e a sensação de missão cumprida. E foi muito especial retornar para casa e ouvir do meu pequeno de quatro anos: “Mamãe, eu sabia que você ia ganhar tudo”, comemorou.
Texto: Daniela Borcezi
Fotos: Arquivo pessoal


