IESol e Agipi discutem o papel da inteligência artificial na economia solidária

IESol e Agipi discutem o papel da inteligência artificial na economia solidária

A aplicação da inteligência artificial (IA) em iniciativas de economia solidária foi o tema da palestra ministrada pelo professor e chefe do Escritório de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia (Epitec), Lívio Marcel Queiji. O evento foi promovido, na última quinta-feira (18), pela Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol), vinculada ao Programa de Extensão da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O encontro faz parte das atividades formativas realizadas mensalmente pela incubadora, que têm como objetivo discutir temas relacionados à economia solidária. “Entendemos que a IA é um assunto relevante, e a fala do professor Livio foi muito elucidativa, pois trouxe uma análise aprofundada sobre o tema e uma proposta prática, que é o Oráculo Solidário”, relatou Manuela Salau Brasil, coordenadora técnica da IESol.

A coordenadora do programa, Reidy Rolim de Moura, destacou o papel da incubadora como ponte entre universidade e sociedade, ressaltando a importância da extensão universitária no fortalecimento da economia solidária. Ela também enfatizou a relevância do diálogo entre tradição e inovação ao longo das duas décadas de atuação da incubadora.“A comemoração dos 20 anos da IESol é também um convite a pensar nos próximos 20, trazendo para o centro do debate a IA, por exemplo, na tarefa de unir a tradição, os saberes locais e a inovação, para assim, fortalecer práticas solidárias para que se fortaleçam e sejam de fato cada vez mais democráticas e inclusivas e ao alcance de cada vez mais pessoas, que também compactuam com essas perspectivas”.

O evento reuniu acadêmicos, docentes e profissionais técnicos da incubadora para debater os desafios e as potencialidades das tecnologias. Alguns participantes compartilharam reflexões e possíveis usos da ferramenta no apoio às atividades da incubadora.“Muito tem se falado sobre IA, e dentro da IESol algumas pessoas manifestaram essa demanda. Precisamos compreender suas potencialidades e de que forma ela pode facilitar nosso trabalho com os grupos de economia solidária que incubamos, e até mesmo apoiar nossas publicações, sempre com atenção às questões éticas,” disse o coordenador técnico Adriano da Costa Valadão.  

Uma das reflexões apontadas sobre o tema diz respeito à necessidade de equilibrar o uso dessas tecnologias com o exercício do pensamento crítico. “A inteligência artificial aparece como uma alternativa útil, eficaz e veloz para a obtenção de informações. Entretanto, a autoavaliação constante, a responsabilidade, o autocontrole e o entendimento de que se trata de uma plataforma que armazena dados já existentes para formular outros demonstram que sua utilização consciente se faz necessária”, relatou a acadêmica em Serviço Social Lira Maria Cordeiro.

Assim como outras falas enfatizaram o uso ético da inteligência artificial, também foi abordada a questão da falsa sensação de domínio das informações, como destacou o bolsista técnico Jonas Merrett.“Devemos ter conhecimento sobre um assunto, já que se trata de uma rede que apresenta resultados a partir de buscas feitas na internet. Caso a pessoa não conheça o mínimo possível sobre o tema que busca, pode cair em uma armadilha com informações ilusórias”, concluiu. 

Durante o encontro, o professor Livio discutiu desde o uso prático da IA até a proposta de um “Oráculo Solidário”, uma ferramenta treinada com os princípios da economia solidária para preservar e valorizar o conhecimento produzido pela incubadora. “Foi uma experiência muito enriquecedora compartilhar com a equipe da IESol reflexões sobre a inteligência artificial e suas possibilidades para a economia solidária. Fui recebido de forma calorosa e com grande interesse pelo tema, o que tornou a tarde uma verdadeira troca de conhecimentos”, relatou. 

Segundo o professor, os diálogos com a  equipe evidenciam que a IESol está preparada para abraçar novos desafios. “Acredito que este encontro marca o início de um caminho em que a economia solidária e a inteligência artificial caminham juntas para fortalecer os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e abrir novas perspectivas para empreendedores, pesquisadores e para a própria comunidade”, finalizou.

Texto: Daniela Borcezi

Foto: Adriano da Costa Valadão

 

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