Com uma camisa de futebol americano, óculos redondos, um coque no cabelo e dois novos lançamentos, Humberto Gessinger esteve em Ponta Grossa no dia 11 de setembro.
O frontman e co-fundador da banda gaúcha Engenheiros do Hawaii marcou presença na Livrarias Curitiba da cidade, às 19h30, para lançar seu novo CD solo, Insular, e seu sexto livro, 6 Segundos de Atenção.
Além do lançamento, Gessinger fez um bate-papo e distribuiu autógrafos para a multidão de fãs que lotou a frente da livraria para falar, fotografar e receber um autógrafo do músico.
Antes de começar o bate-papo, Gessinger deu uma entrevista exclusiva para o Cultura Plural. O músico, que começa agora a turnê solo do seu novo disco, falou sobre o seu crescimento na música, suas influêcias, planos futuros e muito mais.
Cultura Plural – Depois de tantos anos de estrada, qual é a sensação de lançar agora seu 21º disco e seu sexto livro, e ser reconhecido internacionalmente?
Humberto Gessinger – É sempre como estar começando. Cada disco traz suas expectativas, suas incertezas e sua felicidade. Estou muito contente com esse disco e estou curioso para saber qual vai ser a reação das pessoas. É muito parecido o lançamento de cada livro, não importa há quanto tempo a gente esteja na estrada.
CP – Quando jovem, tocando na universidade, você tinha alguma noção de que o Engenheiros do Hawaii podia se tornar algo tão grande? Ou, melhor, que o Humberto Gessinger podia se tornar algo tão grande?
HG – Não, não! Nunca sonhei que acontecesse nada parecido com o que aconteceu. Foi uma surpresa, mas melhor assim! Melhor que as coisas aconteçam de forma não premeditada. Eu acho que é mais natural. Aliás, é um toque que eu dou para quem está começando. Não botar muita expectativa nas paradas, não premeditar muito as coisas, deixar que aconteça de forma natural.
CP – Qual o maior crescimento musical e pessoal que você percebe na tua vida, desde que você cantava Monica Abrace o Elefante na faculdade até o lançamento do Insular?
HG – Bom, a gente vai amadurecendo… Mas amadurecer eu acho que, na verdade, é perder certezas. Eu, quando comecei, sabia muito mais coisas do que sei agora. E a gente vai aprendendo a conviver com a incerteza e com a dúvida… Esse eu acho que é o verdadeiro amadurecimento.
CP – Podem-se notar bastante influências no seu som. Desde tradicionalistas gaúchos até Bob Dylan, que você fez Negro Amor em homenagem ao cara. Quem mais você poderia dizer que influênciou na tua musica?
HG – Muito a MPB dos anos 70, Chico, Caetano, Milton e Gil… e também rock progressivo inglês dos anos 70, como Yes e Pink Floyd.
CP – Desde o Blogessinger até os livros… O que inspirou essa tua ida para a literatura?
HG – Eu escrevo há mais tempo do que faço música. É claro que as pessoas me conhecem antes como músico, mas a palavra escrita pintou antes na minha vida. Então é uma transição bem natural, eu acho que são dois galhos da mesma árvore. Não vejo uma diferença grande entre o processo criativo.
CP – Existem boatos e rumores sobre a volta do Engenheiros do Hawaii. Inclusive há quem diga que vocês devem voltar em 2014, para comemorar os 30 anos da banda. O que existe de verdade nesses boatos? Existe alguma perspectiva?
HG – Não, só boatos! 2014 certamente não. Acho que vou ficar três ou quatro anos na estrada com o Insular. Eu espero registrar essa turnê também, gravar DVD… E eu vejo pelo que aconteceu com o Pouca Vogal, que a gente ficou quatro anos na estrada. Então eu acho que deve acontecer a mesma coisa com o Insular e depois talvez eu volte com o Engenheiros.
CP – E qual tua relação com as músicas clássicas do Engenheiros? Como Infinita Highway e Era um Garoto, que todo mundo conhece?
HG – Pô, adoro tocar elas! Toco muitas delas nos shows agora, nessa fase. Até músicas que eu toquei muito pouco na época em que lancei, como Violência Travestida Faz Seu Trottoir e O Sonho é Popular, eu tenho tocado e não pretendo parar de tocar. Seja em que formação for.
CP – E, só para encerrar, como é que você está julgando atuação do Grêmio no campeonato brasileiro?
HG – Cara, os resultados estão sendo melhores do que as atuações, mas tudo bem, não vamos reclamar! Melhor ganhar jogando mal do que perder jogando bem, né?
Matéria de Rubens Anater
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