A 43º edição do Festival Nacional de Teatro (Fenata) teve sua estreia com a peça “Paraíso Zona Sul’’, do grupo carioca Fragmento. O espetáculo aconteceu no último sábado (08), logo após a abertura oficial, e contou com a presença do público que ocupou a parte frontal do auditório no Cine Teatro Ópera.
A peça narra seis diferentes histórias que tem como cenário principal as ruas do Rio de Janeiro. Buscando trazer os conflitos familiares e afetivos, por meio de diferentes personagens, o espetáculo traz a tona temas como traição e suicídio. O texto da peça é escrito por Jô Bilac, dramaturgo brasileiro, e baseia-se na obra ‘O Beijo no Asfalto’, de Nelson Rodrigues, ao recriar a cena do beijo entre dois desconhecidos no meio da rua após um deles ter sido atropelado.
Com o término da peça, parte da plateia ocupou as primeiras cadeiras do teatro para dar início ao debate, momento tradicional nas edições do Fenata. Na presença dos jurados, curadores e público interessado, os atores tiveram a possibilidade de conversar sobre a peça apresentada, receber a opinião do público e suas impressões.
Quando questionada sobre a pouca luminosidade do palco, a diretora Nirley Lacerda disse que a peça teve que ser adaptada para o festival. “Paraíso Zona Sul’ foi concebido para um espaço mais intimista, onde a plateia também ficava nas laterais do palco. “Quando a gente foi para outro espaço teve que se criar uma adaptação para funcionar em palcos grandes como esse”, explica a diretora.
A peça contava com diferentes cenários e cada um deles pertencia a determinada personagem. Os atores do grupo interpretavam diferentes personas ao longo da história, contextualizados em situações distintas. No debate, o ator Elio de Oliveira relatou sobre a preparação. “A palavra pra mim é insano. A gente interpreta sete personagens, é quase uma olimpíada nos bastidores, devido ao pouco tempo que temos para passar de um para outro. A logística disso, de figurino, cenário e troca de persona, é uma insanidade que a gente aprende com o tempo”.
O grupo, que se formou em 2006, participou do Fenata pela primeira vez. “Para nós foi uma honra ter a possibilidade de abrir um festival como esse. Eu espero que a gente volte várias vezes”, comenta Nirley.
“Apesar de eu não ter gostado tanto dessa peça, o espetáculo conta com a formação de um grupo de atores muito bons”, comenta Daniel Frances, que esteve presente na estreia. Frances, que acompanha o Fenata desde sua primeira edição, relata que gostaria que os atuais grupos teatrais de Ponta Grossa se inserissem novamente no Festival.
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