Por Ana Beatriz
Viva o lindo país dos waffles!
Dos bombons Côte d’Or e Godiva.
Das breweries e seus rótulos vários.
Lar de flamengos e francos lendários!
Em Bruxelas, Antuérpia e Gante,
Scheldt e Meuse desaguam distantes!
De Magritte, Lévi-Strauss – tantos gênios.
À Aremberga fascinante aos boêmios!
Venerável cultura e memória,
mas que tem ficha suja na história…
Hospedou faz 60 anos,
um zoológico de seres humanos!
Pequenos negros
– de tribos africanas -,
foram expostos
em feiras urbanas.
Sombras brancas que no passeio,
ofereciam pão seco meio que a sorrir.
Reflexo de um moroso tempo,
em que pela cor da pele se podia ferir.
Náusea e insônia noite adentram.
Lama negra recobre até os pés.
Alma cega, mutilada.
Olhos marejados, açoitada.
Me transporto então pro retrato.
Vivencio as cores desse preto e branco.
Esse claro que é alvejado de sangue.
Esse negro alimentado de nada.
Acaricio docemente a criança.
Entoo canção que sacia sua fome.
“Dias melhores virão…”
Fora “preconceito”, poderia ela ter nome?
Consciência seja sua sentença!
Não foi mera exposição…
Cada um sabe a teoria,
e a cor que traz no coração.
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