O II Festival de Contadores de História, iniciado no dia 13, em uma realização da Fundação Municipal de Cultura e Núcleo de Contadores de Histórias, seguiu com programação diversificada nessa quinta-feira (16). Além da Maratona de Contos em escolas, bibliotecas, projetos de leitura socioeducativos e grupos da Terceira Idade, aconteceram apresentações no Cine-Teatro Ópera às 19h30.
O contador José Antonio Carlos (Votorantim/SP), conhecido como Zé Boca, iniciou as apresentações de forma humorada, com uma história que tinha como lição “ser feliz e fazer os outros felizes”. Na sequência, Ozeny Ramos (Três Lagoas/MS) apresentou um conto que buscava mostrar que “desgraça demais, nunca é bom”. A seguir, Mariane Bigio (Recife/PE), com expressões corporais e canto, interagiu com o público, mostrando um pouco da lenda sobre Kalunga, originária da África (Maracatu), em forma de cordel.
Flavio Henrique Vieira da Silva (Nova Mutum/MT) apresentou seu conto de forma interpretativa e humorística. Já Aline Alencar (São José do Rio Preto/SP), falou da cultura do sertão em forma de cordel, incentivando o público a acompanhar seu canto com palmas. Claudete da Matta (Florianópolis/SC) trouxe o conto do Índio Carajá e sua busca por um céu bonito. Por fim, Priscila Harder (São Paulo/SP), remetendo a uma constituição da memória envolvendo a história africana, contou sobre “riquezas inesperadas e finais felizes”.
No término das apresentações, os contadores brincaram com o público. “Ponta Grossa, depois da nossa presença, nunca mais será a mesma”, comenta o artista Zé Boca.
Bastidores do festival
Tide Sousa, de Cafelândia, destaca a rotina no espaço destinado aos contadores, que estão instalados no Ginásio de Esportes Oscar Pereira. “Ao chegar lá, não vamos dormir, vamos contar histórias uns para os outros”, relata. Para o próximo ano, os participantes já planejam fazer uma roda de fogueira para aprofundar essa união. “Ano que vem não queremos hotel, queremos o ginásio novamente”, acrescenta.
A contadora de histórias e atriz Priscila Harder relata que participa de contações de histórias há 13 anos, quando começou a contar histórias para seus alunos de teatro. “É um presente participar de festivais, aqui em Ponta Grossa é a primeira vez”.
Para a professora Genoveva Dalsoto Lopes, festivais como esse acrescentam muito para a cultura local. “A gente se vê no palco, seria interessante que mais pessoas viessem. É um programa muito importante, a população deveria procurar mais essas coisas”. A professora, que esteve presente em apenas dois dias do festival, lamenta por não ter participado nos outros dias e reconhece a falta de interesse do público. “Mesmo sendo gratuito, poucos vieram prestigiar o festival e poucas crianças estavam presentes”, analisa.
Nesta sexta-feira, o Festival encerra sua programação com apresentações de contadores em espaços públicos. As linhas Terminal Central – Terminal Oficinas e Terminal Central – Terminal Uvaranas receberam atrações ao longo do dia. O evento finaliza com os Contos Populares, às 19h30, no Cine-Teatro Ópera.
Reportagem de Cássia Aguiar e Mariele Zanin
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