por Keren Bonfim e Rafaelly do Nascimento e Colaboração: Bianca Machado
Suspense e escuridão, essas são as marcas da apresentação o “Parido”, escrita por Don Correa e encenada pelo Núcleo de Dramaturgia SESI-PR, de Curitiba, que aconteceu na Praça das Falas, no terceiro dia da FLICAMPOS (Festival Literário Internacional dos Campos Gerais) 2012.
A encenação começa com apenas três personagens os quais representam um deus, um homem e uma mulher que dialogam entre si a respeito da experiência existencial. Toda a dramaturgia é composta pelo seu caráter atemporal e alinear, pois não há uma história com começo, meio e fim. O texto também é dividido em dois momentos: o primeiro, composto pela encenação, e o segundo pela leitura. Os personagens não representam apenas um papel específico, mas inserem-se num universo dramatúrgico que pode ser desmistificado e criado a cada nova cena.
De acordo com Correa, autor do texto, ele buscou trazer para a apresentação uma realidade que a todo o momento é construída, num mundo onde milhões de coisas acontecem ao mesmo tempo. “Não é a representação do real, mas a resposta ao real com potência verbal o que quis trazer para o texto”, afirma ele. Correa também conta que escreveu o texto “Parido” em apenas duas horas, no entanto, essas horas representavam uma vida inteira, com todas as experiências e coletividades adquiridas.
Já Tadeu Theronne, diretor da apresentação, diz que achou difícil o texto quando recebeu, mas procurou fugir da tendência teatral ao adaptá-lo, tentando mergulhar num novo espaço onde os atores pudessem ir para outros caminhos. Além disso, ele relata que a montagem não é estética e que o cenário é composto por um mínimo de luz, novamente buscando não cair no teatral.
Mesmo com um público pequeno, o evento foi bem recebido pela platéia, a qual aproveitou para tirar dúvidas e questionar sobre a apresentação após o seu término. O autor, diretor e os atores formaram uma mesa redonda a fim de responder aos espectadores e comentar sobre a produção e encenação. Para participar das conversas na mesa, estava prevista uma fala do diretor e dramaturgo Roberto Alvim, mas ele não pode comparecer ao evento.
Simultâneo à Leitura Dramática na Praça das Falas, ocorreu no estande da SMCT (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), na Praça dos Livreiros, o Lançamento da Coleção de obras infanto-juvenis em homenagem a escritora Alcione Lüne Weber – Mila Beherendt. A abertura foi dada pelo Coro Cidade de Ponta Grossa, regido por Carla Roggenkamp, que apresentou as seguintes canções: Poema da Necessidade, Quadrinhos da Saudade e Quadrilha. Após essa introdução, foram premiados com certificado os autores e ilustradores das obras infanto-juvenis que foram lançadas. O evento contou com o Secretário de Cultura do Paraná, o representante da Secretária de Cultura e Turismo de Ponta Grossa e a escritora Sandra Pena.
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