Por Leonardo Ribeiro Duarte
Três personagens, Adélia, Jade e Mariá, representam histórias de pessoas com doenças mentais no espetáculo “Tô vivo”, criado e interpretado pela atriz baiana Maria Ide Vida. A apresentação ocorreu na última sexta (29), no Cine Teatro Ópera, e levou ao público, de forma humorada, diferentes aspectos das doenças vividas pelas personagens, que muitas vezes são esquecidas e estigmatizadas.
Com esquizofrenia, a personagem Adélia é uma artista plástica feliz, mas não compreendida. A segunda personagem a entrar no palco foi Jade, hipocondríaca, que usa medicamentos o tempo devido à preocupação com a saúde. A última personagem a se apresentar foi Mariá, que tem bipolaridade e vive o drama de ser criticada por sua alegria excessiva e pelo sofrimento em momentos de baixa estima.
A peça traz uma reflexão sobre as doenças mentais e como são vistas pela sociedade, chamando a atenção para este problema. “É todo mundo tão ocupado, que ninguém percebe nada”, analisa a atriz Maria Ide Vida em relação à falta de contato entre as pessoas.
A atriz trabalhou no Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) por oito anos na cidade de Acopiara no Ceará e destaca a importância deste projeto para as pessoas. “Ali a gente se sente gente, gente de verdade, porque diante de tanta coisa você começa a valorizar a própria vida”, observa.
Ela destaca também a dificuldade em desenvolver o trabalho no teatro, com pouco apoio das pessoas e com espaços de apresentação com custos elevados. O espetáculo “Tô vivo” já foi encenado em diversas cidades do país nos últimos anos.
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