Por Paulo Roberto
Como o homem não se apressava para cumprir as profecias. Deus e o diabo já estavam cansados, cada um julgando ser o ganhador dessa competição que já se arrastava a mais de 2000 anos. Ainda que nem um nem o outro realmente tivessem a total certeza. Decidiram fazer uma aposta para poder acelerar as coisas e decidir o fim das coisas.
Tudo seria resolvido em uma simples competição. Cada um teria um dia. Criariam uma nova raça e no fim iriam medir com quem ele mais se parecia, mas para as coisas ficarem justas, não colocariam nem o pássaro nem a criança no meio das coisa. Tudo ficaria entre o pai e o filho bastardo, que realmente não era nem filho e muito menos bastardo. Eles escolheram então um boneco, não a imagem e semelhança de certo alguém. Isso iria mexer com os resultados, escolheram então um urso de pelúcia. Vermelho. Quem daria o sopro dessa vez seria o sete peles, o coisa ruim, o tinhoso e finalmente o chifrudo, nome que ele não gostava. Nunca tinha sido traído por sua mulher. É a resposta de todo corno.
Mas antes que a competição começasse decidiram criar algumas regras. O Capeta queria que fossem 666, já Deus apenas 3, depois sugeriu que fossem 7 ou qualquer dos seu múltiplos. Fizeram algumas contas e se encontraram no meio decidiram por 10, eram mandamentos, mas Moisés pediu para mudar, ficaram regras mesmo.
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Amar um ao outro. (Particularmente não foi difícil para Deus, já o outro adversário, teve dificuldades como essa parte)
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Não falar o nome do outro em vão. (Essa regra era mais optativa, ninguém a seguia)
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Guardar o dia do outro (Seria como ir pescar ou sair com o seu pai, uma maneira de fortalecer as relações)
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Honrar o Boneco.
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Não matar o Boneco.
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Não pecar contra a castidade do Boneco.
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Não roubar do Boneco.
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Não mentir para o Boneco.
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Não apresentar a luxuria ao Boneco.
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Não apresentar a cobiça ao Boneco.
(As três primeiras eram as que realmente importavam, o resto era mais para chegar ao número proposto)
Assim que o sopro da vida foi dado e tudo começou, cada um se fez boneco como a criatura que acabara de nascer. Algo incrível aconteceu, nenhum deles havia lembrado de decidir quem iria começar. Escolheram então a melhor maneira de resolver esse impasse mexicano, ainda que nenhum realmente tivesse armas.
– Impar
– Eu queria esse!!
Deus já sabia de tudo o Bode iria escolher o 6, seu número favorito, não de Deus o do Demônio. Na cabeça de qualquer sacristão isso seria trapaça, para Deus: onisciência. Ele então estica apenas um dedo e com o resultado a seu favor ganha o primeiro dia com a nova criatura. Nada de mais acontece, no outro dia a mesma coisa. Dessa vez com antônimos.
Ali no fim da competição quando as duas forças mais poderosas dos universo, estão avaliando quem foi o ganhador. Somando e multiplicando uma infinidade de categorias. Eles ficam nesse processo durante vários dias. Discutiram até o 6º, chegam a resultados iniciais no 7º, aprofundam as conclusões no 14º e lá pelo 49º conseguem algo de concreto, já no dia 70 X 7 o resultado está pronto, no 666º revisaram tudo e podiam mostrar o seu resultado. Todos os círculos ficaram cheios de alegria, menos aqueles em que isso não existia. Sabiam que o seu lado ganharia.
Os dois competidores um de cada lado segurando o resultado, chamaram o porta-voz de cada reino. Eles, os porta-vozes, se alternavam na leitura de cada palavra, o que se provou um pouco confuso, irritante e uma total aberração. Quando chagaram as últimas palavras o resultado estava próximo, e quando a última palavra foi dita: “Todos ou Amém”. Ninguém sabia qual das duas eram. Os dois lados ficaram esperando uma resposta.
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