Na última quinta-feira (31), o espetáculo “Pinóquia” estreou no palco principal do Cine Teatro Ópera. A produção, elaborada pela Escola de Dança La Ballerina, encantou o público durante o final de semana e trouxe uma inovação para a história do clássico da literatura infanto-juvenil, “As aventuras de Pinóquio”.
Na história original, escrita pelo italiano Carlo Collodi em 1881, e adaptada para as telas de cinema pelos estúdios Disney em 1940, Pinóquio nasceu como um boneco de madeira, que sonhava em ser um menino de verdade. Porém, na versão trazida aos palcos pela Escola de Dança La Ballerina, o protagonista passa a ser uma mulher.
Pinóquia, representada pela bailarina Maria Eduarda Schebeski, tem como missão provar sua bravura, honestidade e lealdade para a Fada Azul, enquanto vive várias aventuras ao lado de seu amigo, o grilo falante. Maria Eduarda afirma que teve algumas dúvidas em relação a como seria feita a abordagem da personagem e se o público aceitaria bem a escolha. “Interpretar qualquer papel sempre é um desafio, e quando você tem que ser diferente do original é mais desafiador ainda”.
A bailarina também conta como funcionou o processo de produção da Pinóquia para o espetáculo. “A preparação sempre é muito gostosa, toda a parte de montar a coreografia e sempre tentar melhorar, mesmo que faça a gente sentir muitas dores”. Para ela, há uma expectativa na hora de experimentar os figurinos, trabalhar na interpretação da personagem e só depois ver o resultado.
Segundo Adryelli Capóia, professora e diretora do La Ballerina, a ideia do tema do espetáculo já existia há alguns anos, mas somente em 2019 ela pôde ser colocada em prática. Adryelli também menciona que existe um livro da personagem Pinóquia, mas a escola preferiu seguir com a história original, principalmente pela diferença de enredo e de personalidade entre os protagonistas. “Quando a gente foi fazer a pesquisa, descobriu que existe o livro da Pinóquia. Mas no livro ela é toda certinha”, relembra. Ao questionar por que por ser mulher tem que ter este padrão, a escola optou por seguir a história original, com uma personagem feminina.
De acordo com Juliana Rangel Kaminski de Oliveira, integrante do corpo de ballet da escola, a dinâmica dos bastidores do espetáculo é de diversão e companheirismo. “Os camarins são sempre uma festa! Nos divertimos muito todos os dias de espetáculo e estamos sempre ajudando umas as outras”, diz. A bailarina relata que trocar de figurino em minutos, retocar maquiagem e cabelo e não perder a hora da entrada são só algumas das coisas que acontecem: “tudo vale a pena quando você sobe no palco e faz o que mais ama”.
Juliana também comenta a respeito de sua coreografia favorita do espetáculo, o quarteto de jazz “Burricas”, as quais levam Pinóquia para a ilha dos pecados, pois lhe proporcionou a experiência de representar uma vilã.
A intérprete de Pinóquia revela que quando o espetáculo chega ao fim, os sentimentos são de felicidade, alívio e tristeza. “Ao mesmo tempo em que é gratificante ver que tudo deu certo, que as pessoas gostaram e que a gente deu o nosso melhor, é triste saber que nunca mais dançaremos tal dança, usaremos o mesmo figurino e interpretaremos aquele papel”, observa. Ela destaca a sensação dos aplausos e assovios no final como uma das melhores sensações que existem para quem trabalha com arte.
Dança é cultura. Se é cultura, é plural!
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