A programação oficial de shows da 22ª edição da München Fest foi anunciada na quarta-feira, 28/09. Olhando com atenção os shows planejados para este ano, a pergunta é inevitável: para onde vai a München?
A lista de artistas que irão se apresentar no palco principal da fest a indica que a München está cada vez menos democrática. Dos nove shows programados, seis são do gênero musical sertanejo – cinco deles do chamado sertanejo universitário. Somente duas das atrações não fazem parte do gênero sertanejo: a banda de pop rock Jota Quest e o grupo de pagode Revelação.
A constatação fica ainda mais grave quando a programação deste ano é comparada com os shows das edições anteriores. Em 2010 os pontagrossenses tiveram a oportunidade de assistir artistas como Nando Reis e Ultraje a Rigor. Em 2009 bandas como Titãs e Chimarruts também ocuparam o palco principal da München. No período de apenas três anos, a programação da Festa deixou de ser minimamente diversificada e passou apenas a privilegiar os shows sertanejos. Uma das duas: ou a população da cidade passou a ser, majoritariamente, fã de música sertaneja, ou a programação de shows tem deixado a desejar.
Tal fenômeno não diz respeito apenas ao sertanejo ocupando o espaço do rock, reggae e pagode, mas a todas as outras opções musicais. Talvez, pensando nisso, os organizadores da München Fest tentaram diversificar as opções com o projeto Münchentronic, que oferecia música eletrônica com apresentações de DJs da cidade e região. No entanto, a iniciativa só funcionou na edição de 2009 da Festa.
É importante perceber que o ‘fenômeno’ não está presente apenas na programação da München. A EFAPI (Exposição feira agropecuária, industrial e comercial de Ponta Grossa) deste ano passou pelo mesmo processo: ofereceu aos pontagrossenses quatro shows sertanejos, enquanto no ano passado os moradores da cidade tiveram a oportunidade de conferir o show da banda Paralamas do Sucesso.
por Afonso Verner
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