Texto por Sérgio Luiz Gadini
Andrea Giuseppe Agotani (1882-1944), o “anarquista Pimpão”, chegou no Brasil com a família (pai, mãe e dois irmãos), em dezembro de 1890, direto ao interior do Paraná (Santa Barbara, em Palmeira), onde Giovani Rossi havia lançado um projeto de organização comunitária livre das relações de poder dominantes na época (a Colônia Cecília).
Professor, jornalista e escritor, Rogério Lima conseguiu, através de documentos, registros e memórias de parentes de Andrea, elaborar a biografia de um ousado militante, que foi a São Paulo ajudar na organização da greve operária de junho e julho de 1917, até ser deportado à Europa, junto com outros escritores e dirigentes do movimento anarco-sindicalismo, em setembro do mesmo ano.
Giuseppe Agottani retorna à América Latina, em 1933, quando entra por Buenos Aires, e volta à Colônia Santa Barbara, em Palmeira, onde retoma vida comunitária com a família, que ficou no Brasil durante a estada em Paris e outras cidades europeias.
O autor contextualiza a biografia de Pimpão, com os diversos movimentos sociais em que esteve diretamente envolvido, ajudando o(a) leitor(a) a compreender as diversas lutas do migrante italiano, registradas no Brasil e no mundo, contra a desigualdade social e pela derrubada do nazi-fascismo na Europa.
Como leitor, curioso e interessado no assunto, registro satisfação e gratidão por ter acesso ao livro – recém publicado pela Editora Collaborativa (2020) – de Rogério Lima. As variadas e ricas experiências da Colônia Cecília não podem ser apagadas da cultura e memória (regional e global). Trata-se de uma aula que não pode faltar nas escolas do Paraná.
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