Juliano Distefano morreu em sua residência nesta quinta-feira, 26, às 17 horas, de infarto fulminante. Com apenas 37 anos, Juliano deixou a mãe Roseli de Fatima Distefano, mais conhecida como Dona Rose, de idade avançada, que dependia do filho e alguns familiares. O enterro aconteceu nesta sexta, às 13 horas, no cemitério São João Batista.
Juliano foi descrito como reservado, educado, boêmio e como um grande compositor pelos amigos. Como trabalhava com a música, era conhecido na cidade por tocar em diversos locais.
Mario Kreinski, mais conhecido como Mario Encrenca, conheceu Juliano ainda adolescente.
“Desde piá pançudo, ele ia nos botecos e tirava um dinheiro na sinuca, ele era até convidado. Era muito bom na sinuca. Ele sempre levava a gaitinha no bolso e a carteira de cigarro no outro. Tocava só os clássicos na gaita”, relembra.
O repertório de Juliano incluía Gilberto Gil. Além de tocador de gaita, Juliano também cantava e compunha suas próprias canções. “Quando ele ia nos botecos, tirava o tom na gaiata, compunha na hora e ainda oferecia ‘quem quer comprar?’”, conta Mário, que ri com a lembrança de Juliano. Mario Encrenca o descreveu como uma pessoa simples. “E era por isso que ele cativava as pessoas”.
Juliano deixou muitos amigos e conhecidos na cidade de Ponta Grossa. Morava próximo ao Ginásio Borell Du Vernay desde que nasceu e lá fez amizades desde cedo. Michael Pinheiro estudou com Juliano. Para ele foi um privilégio dar boas risadas com o músico. Michael estudou no Senador Corrêa por oito anos junto com Juliano. Dona Rose, mãe de Juliano, trabalhava lá. “Tenho certeza que o céu está em festa por receber uma pessoa tão boa que nos deu muitas alegrias aqui na terra”, lamenta Pinheiro.
Rogério Nonato conheceu Juliano quando trabalhava no posto de gasolina, perto da casa do músico. Trabalhou lá por 20 anos e conviveu com Juliano que ia até o posto com frequência. “Ele tinha amizade com a maioria das pessoas. Era bastante boêmio e uma pessoa muito educada. Nunca vi ele faltar respeito com ninguém”, comenta Nonato.
Juliano era tão bem recebido nos estabelecimentos que frequentava que chegou a fazer amizades nos locais. Uma dessas amizades se iniciou em 2005 no Rei das Batidas com Fábio Zak Fanfono Lima. Juliano chegou até a ser padrinho do casamento de Fábio. “Ele era alegria no bar, sempre estava com uma gaita ou violão e do nada começava a tocar”, conta. Fanfono também destacou o estilo boêmio de Juliano. “Estava sempre nos bares, mas era muito inteligente, dialogava sobre música, cinema e literatura. Passou em dois concursos da Prefeitura, mas não chegou assumir os cargos”. Ele sempre tinha uma palavra amiga e positiva para todos. Fanfono relembra que nesse ano, quando soube que sua esposa estava grávida, ele disse: “essa é a melhor notícia do ano! Ele era muito alto astral”.
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