Na última sexta-feira, 28, teve início a 35ª edição da Semana da Cultura Bruno e Maria Enei. Em 2021, o evento tem como tema “O Mundo Muda o Tempo Todo”, em alusão às mudanças causadas pela pandemia da Covid-19 no setor cultural.
A cerimônia de abertura aconteceu às 20h do dia 28 e contou com uma fala do presidente da Fundação Municipal de Cultura, Alberto Portugal, e da prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt. As apresentações são previamente gravadas e foram publicadas na página do Facebook da Fundação Municipal de Cultura de Ponta Grossa. Estão disponíveis para visualização um concerto do pianista Newton Schner Júnior, apresentações com músicos da Banda Lyra dos Campos, uma apresentação da canção “Over The Rainbow” tocada em um teremim com bailarinas da Academia Pró-Arte e um documentário com 14 artistas falando sobre o cenário atual do setor em Ponta Grossa.
O evento é promovido pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa por meio da Fundação Municipal de Cultura e foi criado a partir da Lei nº 3.589 de 1983, sendo o evento mais antigo realizado pela Fundação. Desde então, em todo mês de maio são apresentados espetáculos, shows, exposições, concertos e outras atividades culturais que divulgam o segmento artístico de Ponta Grossa.
A Semana da Cultura de 2021 pretende apresentar um panorama do setor cultural ponta-grossense no passar dos anos, colocando artistas de diferentes gerações frente a frente para discutir as expressões culturais que formam a identidade cultural da cidade. Os integrantes da dinâmica deste ano estão separados em dois grupos: Nova Geração e Veteranos.
O documentário, publicado no dia 29 de maio, registra o depoimento de quatorze artistas de sete expressões artísticas diferentes que debatem sobre a vida com a arte, a história e o cenário atual na cidade. O documentário é dividido em três partes, em que um artista da nova geração e um veterano de cada área artística falam sobre suas visões, as novas perspectivas e contestam a afirmação “ninguém precisa de arte para viver”.
Os artistas acreditam no crescimento da arte em PG, mas apontam que ainda falta reconhecimento. “A profissão de artesã foi reconhecida de 6 anos para cá, apesar de ser uma arte que existe desde o tempo das cavernas, e isso mostra a desvalorização do artesanato como profissão”, diz a artesã Juliane Carrico. O ator Daniel Frances conta sua experiência com espetáculos e fala que nesses momentos verifica-se o desprestígio na cidade, direcionando sua fala à atriz da nova geração: “Vocês que estão agora vivenciando isso, sentem, como eu senti, que às vezes se monta espetáculos e tem dezenove pessoas na plateia”.
Quanto às novas perspectivas dos artistas, a pedagoga Carla Dias se mostra positiva: “A cultura tem poder de estar em todos os lugares, e eu olho a dança e arte na minha vida como um enfrentamento de barreiras”. O escritor Felipe Teodoro, representante da literatura no grupo da nova geração, afirma que Ponta Grossa é uma cidade em evolução constante. Ele fala também sobre a afirmação de que “ninguém precisa de arte para viver”: “Pode ser até possível, mas então eu não chamaria de vida. Uma vida sem arte seria muito mais uma sobrevivência do que um viver”.
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