De acordo com o presidente da Fundação Municipal de Cultura de Ponta Grossa, Alberto Portugal, o evento cultural Sexta às Seis, que havia paralisado as apresentações em razão da pandemia, tem previsão de retorno em 2022. O início será na Praça Barão do Rio Branco – palco original do evento – mas a proposta da Fundação é tornar o projeto mais itinerante, expandindo-o pelos bairros da cidade. Ainda não há uma data definida para o início das apresentações, no entanto, a retomada deve ocorrer nos dois primeiros meses do próximo ano.
O projeto musical é promovido pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa por meio da Fundação Municipal da Cultura. Porém, de acordo com o presidente da Fundação, para 2022 está sendo considerada a abertura de um possível edital público em busca de patrocinadores e de pessoas interessadas em explorar a publicidade a partir do evento. Nos anos anteriores, os shows musicais do Sexta às Seis foram financiados unicamente com recursos públicos.
Pedro Henrique dos Santos Carraro, 20 anos, é um dos espectadores que comparecia ao evento frequentemente. Ele comenta que era interessante presenciar o projeto devido a um clima acolhedor e prazeroso para os apreciadores de música no local. Ao relacionar sua experiência e o efeito da paralisação, Pedro Henrique relata: “não me afetou diretamente, mas era um momento em que eu encontrava meus amigos e escutava música, então é realmente essa saudade de ter o evento acontecendo”.
O artista ponta-grossense Erick Moro Conche, 21 anos, já se apresentou com a banda duas vezes no evento e conta que o Sexta às Seis é um projeto que valoriza os artistas e bandas locais, trazendo oportunidades para as músicas autorais destes artistas, motivo que o faz sentir orgulho de ter o projeto na cidade. Em relação ao reconhecimento conquistado com as apresentações, o músico diz que a visibilidade é grande, por se tratar de um grande evento em Ponta Grossa. “Nós, na época em que criamos a banda, já foi com o objetivo de tocar no Sexta, era um sonho. Um tempo depois de nos apresentarmos conseguimos alguns contatos e outros shows e eventos”, relata.
O Sexta às Seis era um evento que tinha um foco no gênero musical rock e pop rock, embora também abrisse espaço para outros estilos. As apresentações alcançam um público grande, porém específico, e para o próximo ano o objetivo da Fundação Municipal de Cultura é, além de manter a essência do projeto, tentar expandi-lo mais, abrangendo mais pessoas.
Sexta às Seis, uma trajetória
O Sexta às Seis é um projeto cultural do município de Ponta Grossa, criado no ano de 1990 pelo secretário da Cultura da época, Fernando Durante, com a ideia de oferecer atrações culturais da cidade às pessoas que esperavam o ônibus no ponto localizado na Praça Barão do Rio Branco, o principal da cidade. O nome e o horário do projeto foram pensados pelo motivo de interligar a saída dos trabalhadores de seus respectivos serviços e o início do final de semana nas sextas-feiras.
Inicialmente, as apresentações aconteciam na Concha Acústica e, apesar da primeira apresentação ser de uma banda musical – Lyra dos Campos -, o Sexta às Seis ofereceu na época diversos atrativos culturais, como grupos folclóricos, grupos de dança e duplas musicais, em participações tanto locais quanto regionais.
Essa história é relembrada pelo ex-diretor do Departamento de Cultura, Eduardo Godoy. Ele relata que o Sexta passou por algumas fases e períodos, tornando-se com o passar do tempo o que é atualmente. Godoy também observa que, após um tempo sem apresentações, passou a existir um grande nível de cobrança da classe cultural de Ponta Grossa para o retorno do projeto, então em 2013 o Sexta às Seis começou a ser pensado a partir de um novo formato e algumas mudanças. Em 2014 teve a primeira edição da nova fase e, a partir daí, o projeto foi se tornando mais profissional, com uma maior preocupação com a questão estrutural para os shows, que passaram a ser realizados no Parque Ambiental.
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