O oceano
Às vezes cansa, cara,
eu não fui feito para dormir,
eu durmo muito mal
e não descanso no sono,
às vezes até me canso.
E às vezes cansa, cara,
cansa e não recupera em uma noite,
às vezes o frio
serve de açoite
e os corações frios
vigiam as janelas.
E quando cansa
eu preciso,
quando cansa eu necessito,
e mais cansa,
e mais cansa,
e mais…
E aí, cara,
tem coisa que revigora,
tem banho que recupera,
tem canto que faz fluir,
e aí chove, cara,
chove como nunca,
e a lava acalma,
o fogo enfraquece,
o incêndio se aquieta,
e tudo faz silêncio
para chover.
E o mar reemerge,
e aí que chove mais,
e você navega alto,
navega longe,
e se vê refletido em mim,
minhas verdes águas
na imensidão.
Guiados em casa,
navegando tranquilo vai,
a chuva sempre vence,
não há que resistir,
e os oceanos estão aí
há muito tempo.
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