Mandioca frita, galinhada, feijão tropeiro e torresmo pedem sempre uma boa cachaça como aperitivo. Em Minas Gerais, estes e outros pratos típicos têm combinação perfeita com a bebida mais tradicional do Brasil. O estado mineiro é o maior produtor de cachaça no país, tendo como polo principal a região de Salinas. E para homenagear esta paixão nacional, tramita na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados o projeto que institui o dia 13 de setembro como o Dia Nacional da Cachaça. Entretanto, os consumidores comemoram esta data desde já, mais um motivo para apreciar uma boa abrideira, aguardente, cana, caninha, água benta, bagaceira, água que passarinho não bebe, birita, engasga-gato, goró, malvada, pinga, purinha, enfim cachaça.
O Dia Mundial da Cachaça é lembrado em 21 de maio. No Brasil, o 13 de setembro de 1661 foi quando houve uma pressão dos produtores e consumidores da bebida para que a coroa portuguesa liberasse a produção da aguardente no Brasil. A data foi criada em 2009 pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), durante a feira Expocachaça, em Belo Horizonte.
Segundo o proprietário da Água Doce Cachaçaria, de Ponta Grossa, Ronaldo Silva, a produção de cachaça artesanal começa na colheita da cana-de-açucar, com a escolha dos melhores lotes. Depois, segue para a fermentação, queima da cachaça, adição de teor alcoólico e envelhecimento. “Para você adquirir várias cores de cachaça, você tem que deixar em vários ambientes. Se quer uma cachaça mais clara, deve deixar em um ambiente que não tenha luz do dia, porque ela vai ficar branca, mas vai ter o gosto da madeira. Ou se quer mais escura, deve deixar à luz do dia”, explica Ronaldo. De acordo com o proprietário da cachaçaria, os barris mais utilizados são os de carvalho e de bálsamo.
Segundo dados do Ibrac, existem cerca de 40 mil fabricantes de cachaça no Brasil, sendo que 99% são micro ou pequenos produtores, que geram 600 mil empregos diretos e indiretos. São aproximadamente quatro mil marcas de pinga no país, com capacidade para produzir 1,2 bilhão de litros. Em 2010, o país exportou 10,44 milhões de litros da bebida para mais de 60 países, principalmente Alemanha, Estados Unidos, Portugal e França, gerando receita de US$ 15,95 milhões. O faturamento interno e externo anual, segundo o Ibrac, ultrapassa os R$ 2 bilhões. E para o apreciador de uma boa cachaça, a sugestão de Ronaldo Silva é a Cachaça Havana/Anísio Santiago, produzida em Minas Gerais.
Por Eduardo Godoy
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