Após diversas palestras, painéis e conversas online organizadas pelo Museu Campos Gerais (MCG) entre os dias 17 e 21 de maio, a 19ª Semana Nacional de Museus terminou na última sexta-feira (21), às 10 horas, com o painel “Técnicas de Curadoria em Negativos De Vidro – Fundo Foto Bianchi/Casa da Memória Paraná”. Patrícia Camera, coordenadora do Fundo Foto Bianchi, dividiu a apresentação com bolsistas do projeto. A atividade foi realizada via Google Meet e compartilhada em formato de live pelo YouTube.
Representante da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI), Renê Wagner Ramos fez a abertura do evento. O historiador afirmou a importância de acervos cuidados por museus estarem disponíveis para pesquisas acadêmicas, possibilitando o acesso de pesquisadores e estudantes. Ele observa que o conteúdo do Fundo Foto Bianchi, cuidado e organizado por integrantes do projeto, é um importante trabalho de preservação da memória fotográfica.
Patrícia Camera deu início à sua apresentação após as considerações de Renê. A coordenadora do projeto fez uma breve exposição sobre a criação do Fundo Foto Bianchi e sua reformulação com a pandemia. O projeto foi criado há 7 anos e era completamente presencial, uma vez que a equipe trabalha diretamente com os materiais do acervo. A pandemia da Covid-19 modificou o formato do projeto, que passou a articular atividades voltadas às redes sociais e outras formas de pesquisa no meio digital. Deste modo, foi possível dar continuidade ao trabalho de preservação e catalogação do Fundo Foto Bianchi mesmo durante a pandemia.
Camera explicou a função de uma curadoria, equipe cuidadora de um acervo com uma metodologia e ferramentas próprias para organização do material. O Fundo Foto Bianchi é composto apenas por negativos de vidro, que dependem de um cuidado maior. Com a apresentação de fotos para ilustrar sua exposição, Patrícia esclareceu como o fotógrafo Luiz Bianchi trabalhava e como utilizava os negativos de vidro. As inscrições encontradas na própria fotografia – em sua maioria códigos formados por números – auxiliam na catalogação e organização do Fundo. Com esta sequência de números, é possível encontrar mais informações sobre a fotografia e seu contexto nos cadernos do fotógrafo.
Eduardo Terleski, gerente da Casa de Memória Paraná (CMPR), explicou sobre o surgimento do espaço no ano de 1995 em Ponta Grossa. A Casa se constitui em uma unidade cultural de documentação, pesquisa e exposição pertencente à Fundação Municipal de Cultura de Ponta Grossa. Ela carrega um acervo variado de materiais sobre a história de Ponta Grossa, dos Campos Gerais e do Paraná.
A CMPR criou uma relação com o Fundo Foto Bianchi a partir de 2001, com a aquisição do arquivo de fotos por parte da Prefeitura de Ponta Grossa. Em 2014, com o processo de arquivamento parado, Patrícia propôs a criação de um projeto de extensão e pesquisa para estudar a catalogar os arquivos. O Fundo é composto por 1250 caixas de negativos e 182 cadernos, os quais foram digitalizados em parceria com o MCG e estão disponíveis neste link. Desde 2014, o Fundo Foto Bianchi trabalha com curadoria, organizando exposições, palestras, cursos, vídeos educativos e pesquisas com e sobre a fotografia.
A apresentação seguiu com a participação das bolsistas Vitória Gabriela de Oliveira, Thuany Cristina de Oliveira, Cristiane de Melo e Isabela Borges da Silva. As acadêmicas expuseram como foram feitas as pesquisas e os projetos do Fundo Foto Bianchi para os próximos meses. Patrícia finalizou a apresentação explicando o objetivo principal do projeto: potencializar a função documental da imagem.
Para acompanhar os futuros projetos e descobertas do Fundo Foto Bianchi, acompanhe as redes sociais. As gravações das atividades da 19ª Semana Nacional de Museus podem ser assistidas no canal do MCG no YouTube.
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