“Capaiz que é 197 anos já?”

A quase mil metros do nível do mar, a Princesa dos Campos está se tornando Rainha. Ocupada por fazendeiros, tropeiros, jesuítas, viajantes e europeus, no alto da colina do capão de mato a cidade começou a nascer. “Diz que” foi nesse capão onde duas pombas brancas pousaram para ser construída a atual Catedral Sant’Ana.

“É loco véio, a cidade nasceu em 1823” e desde então vem crescendo cada vez mais. Aos 197 anos, a cidade é mistura de prédios modernos e prédios históricos que contam tantas histórias, a vinda de Getúlio Vargas durante a Revolução de 30, a visita de Dom Pedro II no dia 26 de maio de 1880, passando pela Estação Saudade, e tantos episódios que marcaram sua trajetória.

“Loca do céu, essa estação tá boa demais”. Agora a Estação Saudade é um novo polo cultural da cidade. A famosa estação que já abrigou a Biblioteca Municipal deixa saudades a todos aqueles que passam por ela.

As belezas de Ponta Grossa não se concentram somente nos campos, em suas florestas, nas cachoeiras, mas também em suas bizarrices. Era de encantar o belo monumento próximo ao portal da UEPG, que ao representar uma araucária recebeu o nome de “cocozão”. Não bastasse o apelido do monumento, veio então o banheiro de vidro da Biblioteca Municipal, “tudo esgualepado, da pra ver tudo a gente por aquele vidro”. O profeta do Ponto Azul, o monumento da coxinha, o fantasma da Mansão Vila Hilda, o ganhador da Mega-Sena que não foi buscar o prêmio são só algumas das histórias dessa cidade. Não é de “varde” que chamam Ponta Grossa de “a Rússia dentro da Rússia” – uma referência ao Paraná, Rússia brasileira.

Ao falar dessa Princesa não se pode esquecer dos seus mais de 350 mil princesinos. O crescimento da cidade não levou dessa população a sua fala, o “leite quente” ainda persiste no vocabulário de todos. Os seus xingamentos “animar de teta”, “seu jacu”, “caipóra” podem até ser ouvidos com mais frequência, mas o “ade memo” ninguém deixa de falar.

Ponta Grossa que já foi a Capital Cívica do Paraná, hoje passa por um momento delicado, assim como o mundo inteiro. Com 4.010 casos de covid-19 (Fundação Municipal da Saúde de Ponta Grossa) e 76 óbitos – dados do dia 14 de setembro – a cidade vive o aumento contínuo da pandemia. Cheia de histórias das mais importantes até as mais bizarras, todos passaremos por esse momento de turbulência e a cidade poderá comemorar mais um ano de existência com as avenidas cheias para marcar essa importante data.

Fontes:

http://www.pontagrossa.pr.gov.br/acidade

http://tede2.uepg.br/jspui/bitstream/prefix/395/1/Jessica%20Santos.pdf

https://www.gazetadopovo.com.br/haus/arquitetura/as-nove-casas-em-que-dom-pedro-ii-dormiu-quando-visitou-o-parana/

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