Colóquio Mulher e Sociedade aborda representatividade na política e ativismo de hashtag

Desde o dia 28 está acontecendo o 7° Colóquio Mulher e Sociedade com o tema “Desigualdade de gênero e interseccionalidade: os direitos humanos em tempos de crise”. Na terça-feira (29), o painel “Desigualdades e resistências das mulheres na política” contou com a líder do grupo de pesquisa Gênero, Comunicação e Sociabilidade da Universidade de Brasília (UnB), Katia Belisário, e a coordenadora do grupo de pesquisa Comunicação e Participação Política (COMPA), Kelly Prudencio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O encontro foi mediado pela coordenadora do grupo de pesquisa Jornalismo e Gênero, Paula Melani Rocha da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e transmitido pelas redes sociais do projeto Elos – Jornalismo, Direitos Humanos e Formação Cidadã da UEPG.       

Katia Belisário expôs dados da participação política das mulheres. As mulheres são 51% da população e apenas 15% estão na Câmara e 13% no Senado. Em seguida, Belisário mostrou alguns termos que são recorrentes na política, como Manterrupting, que é quando um homem interrompe desnecessariamente uma mulher; Bropropriating, quando um homem utiliza de uma ideia de uma mulher e leva os créditos; Mansplaining, quando um homem explica para a mulher algo que ela já sabe; e Gaslighting, que é uma espécie de manipulação emocional para considerar a mulher como exagerada. Belisário cita como exemplo a bancada feminina na CPI da Covid-19. “São constantemente interrompidas por um homem. Dizem que se tornam mais agressivas, sendo que um homem pode falar daquela forma”, explica.

A segunda fala do painel foi da professora Kelly Prudencio, que realizou um estudo em 2020, juntamente com outras pesquisadoras do grupo, sobre representações de mulheres no Instagram em protestos latino-americanos em 2019. É o que a pesquisadora chama de “ativismo de hashtag”. Foram analisadas 22 hashtags, totalizando mais de 6 mil fotos, com o objetivo de perceber como essas mulheres se expressam como participantes destes protestos.

Segundo Prudencio, a conclusão do trabalho é que as mulheres estão se colocando como protagonistas nas questões sociais, e não somente nas questões de gênero. “Existe um esforço dessas mulheres de olhar para essas questões dos seus pontos de vista como seres que fazem história”.

O 7° Colóquio Mulher e Sociedade é promovido pelo grupo de pesquisa Jornalismo e Gênero do Mestrado em Jornalismo e pelo projeto de extensão Elos – Jornalismo, Direitos Humanos e Formação Cidadã da UEPG, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília e apoio da Parada LGBTQIA+ dos Campos Gerais.

Além dos painéis, no período da tarde, às 14h, o Colóquio conta com apresentações de trabalhos científicos e à noite, às 19h, acontece a integração com a Pré-Parada LGBTQIA+ dos Campos Gerais. Na quarta-feira (30), às 9h15, acontece o painel “Vivências travestis”, com a participação das integrantes do grupo Renascer, Debora Lee e Fernanda Riquelme, além do lançamento do documentário sobre a vida das travestis produzido pelo projeto de extensão Elos. Os painéis gravados estão disponíveis no canal do YouTube do projeto de extensão Elos.

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