Discentes que são mães e pais são tema do segundo dia do Ciclo de Debates promovido pela PRAE

O segundo dia do Ciclo de Debates promovido pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), no último dia 3, ofertou uma conversa sobre a tematica “Saúde mental e aspectos sociais de estudantes mães/pais no contexto da pandemia e ensino remoto”. A profª drªGeorgiane Garabely Heil Vazquez, adjunta do Departamento de História da UEPG, foi convidada para falar sobre o assunto, enquanto a mediação foi comandada pela residente técnica de Direito na PRAE, Susane Bartmeyer.

Bartmeyer deu início ao bate-papo apresentando os resultados coletados no “Mapeamento das mães e pais discentes da UEPG”. O formulário foi divulgado no fim do ano passado e continha 36 perguntas objetivas e subjetivas sobre a situação dos acadêmicos que são mães e pais na UEPG. Após checagem das respostas, 214 delas foram validadas. Das pessoas que responderam à pesquisa, 58 estão na pós-graduação e 154 na graduação, possuindo em média 25 a 30 anos. A maioria dos participantes tem um filho menor de 7 anos e estão em união estável ou são casados. Além disso, também responderam sobre a acessibilidade na universidade: 58% das pessoas consideram a instituição inacessível para crianças e 83% das pessoas consideram os banheiros inadequados para a troca de crianças.

Ao fim da divulgação dos dados do relatório, Vazquez inicia a sua fala: “Gosto de estar construindo junto uma universidade mais colorida, mais aberta, que olha o estudante, que pensa no estudante, que se preocupa verdadeiramente com isso”. A historiadora explica que veio para problematizar questões vinculadas aos aspectos socioculturais da maternidade e paternidade na pandemia. Vazquez relata algumas situações de mães acadêmicas da UEPG, e opina que “a acolhida é como se fosse um ato de benevolência, e isso tem de ser uma política da instituição”.

Um tópico que surgiu durante a conversa foi a questão das bolsas de projetos de extensão. O questionamento sobre o que acontece com o financiamento das extensionistas que entram em licença maternidade foi esclarecido; há uma lei federalque prevê a prorrogação da bolsa por um período de 120 dias nesses casos. Ainda neste tópico, a UEPG atualizou a Resolução de Atividades Familiares, indicando as situações questionadas.

A convidada contou sobre a própria experiência cuidando dos filhos durante o ensino remoto, que foi potencializado pela pandemia do Covid-19. Sobre os discentes pais e mães, ela sugere que, nesse momento, eles estão muito mais focados nas funções de pais e mães do que a de estudantes. Vazquez também opina que “é urgente a gente problematizar o cuidado, porque essa palavra parece ter sido esquecida da nossa civilização moderna”. A historiadora caracteriza a pandemia como um crise do cuidado, contando sobre a escolha de mandar as crianças para a escola no momento em que foi permitido, tendo em vista a socialização necessária para que se alegrassem e voltassem à ativa.

Georgiane Vazquez considera que a emergência da Covid-19 trouxe o confinamento da dor e da solidão, consequências para as dimensões física e psicológica dos indivíduos. “A gente precisa de espaços, mesmo que virtuais por enquanto, para espraiar, para conversar e pensar em estratégias. Quando nós voltarmos, precisamos voltar melhores do que antes”, observa, reafirmando a importância de eventos como o Ciclo de Debates.

O Ciclo de Debates continua até 5 de março. O link é enviado para o e-mail dos inscritos e o evento oferece certificado de horas por meio de um link no chat da sala virtual. Para mais informações, acesse https://siseve.apps.uepg.br/pt_BR/SMERP.

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