Do muro à tela

Por Gabriel Clarindo Neto

Quando Douglas de Andrade, 32 anos, abriu a porta de sua casa em uma noite de quinta feira, me apresentou seu lar que também é seu ambiente de produção.

Durante sua infância na cidade de São Paulo, os quadros de paisagismo na casa de sua avó já despertavam seu interesse pela arte, mas foi em 1998, quando tinha 15 anos, que seu irmão mais novo o apresentou ao grafitti. Desde então, assina suas obras como Tatá Tótis.

Com influência de artistas pioneiros como Os Gêmeos e Onesto, desenvolveu seu estilo. O cartoon que traz críticas sociais demonstra a originalidade do seu trabalho. Segundo o artista, a função do grafitti é transmitir ideias para uma sociedade crescentemente presa às novidades tecnológicas e cada vez mais cega para as belezas ao redor, não apenas ao grafitti, mas a uma flor, um jardim ou um carro antigo.

Após se mudar para Ponta Grossa em 2015, Tatá produz em sua casa telas e camisetas exclusivas. Por trabalhar de segunda a segunda, ele relata as dificuldades em conciliar o grafitti com família e responsabilidades. No entanto, diz que dedica ao menos duas horas por dia às suas telas e explica a necessidade de planejamento para grafitar um muro, além das dificuldades de comprar os materiais sem patrocínio

“O grafitti é algo muito importante na minha vida e eu quero transmitir isso para as pessoas que me param na rua e perguntam sobre sua intenção ou sobre seu significado”, observa o grafiteiro. Se em um dos seus passeios pela cidade, de Ponta Grossa ou São Paulo, você se deparar com personagens azuis com nariz em formato de triângulo, em uma tela ou em algum muro, saiba: Tatá Tótis esteve ali.

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