O Centro de Cultura recebeu, na noite do dia 21 de novembro, o Cabide de Molambo, grupo musical que voltou a tocar nos palcos ponta-grossenses após sete anos afastados. O auditório ficou repleto de pessoas, que na falta de poltronas assistiram ao espetáculo nos degraus. Os sambas da década de 1930 foram comtemplados por espectadores de todas as idades, e com estilos visivelmente diversos.
O grupo começou a tocar junto em 2005, e se dispersou em 2007. Em 2009, voltaram a tocar juntos em Curitiba, e só reataram novamente esse ano, quando retornaram para Ponta Grossa. A banda é formada por cinco músicos, André Rosa, na voz e pandeiro, Marcelo Teixeira, no violão de sete cordas e piano, Fabrício Cunha, no violão, Vinícius Baniski, no cavaquinho e Rodrigo Milek, clarineta e saxofone. Os músicos interpretaram canções de Sinhô, como Jura e também Fita Amarela, de Noel Rosa.
“Aqui é a nossa casa, a gente sabe que gostam de nós. O que nos motivou a voltar foi o pedido das pessoas”, afirma André Rosa, voz do Cabide de Molambo. O show foi pensado para contar um pouco da história da música brasileira, em especial, do samba e relembrar canções que não aparecem frequentemente no cenário cultural. Os compositores homenageados foram Sinhô e Noel Rosa. “Os dois são responsáveis pela transformação do samba folclórico no samba que a gente conhece um samba urbano, de salão e canções”, relata André.
O público aplaudia calorosamente a cada canção, e ao final do show o grupo foi aplaudido de pé. “É um tipo de música que eu não ouvia há muito tempo.Eu não estou acostumada a participar de atividades culturais e musicais, mas eu vim e gostei muito do que eu ouvi”, relata Regina Handler.
André, assim como o público, afirma que esse tipo de evento cultural está ficando escasso em Ponta Grossa. “Nós precisamos resgatar essa cultura que está sendo deixada de lado hoje em dia. As músicas, hoje, não tem nada que toque o coração das pessoas”, diz Rosa Emília Trizotto de Oliveira. André afirma que eles e muitas outras bandas de Ponta Grossa, como os Novos Malandros e os Cadillac Dinossauros provam que a cidade tem bons músicos, que fazem boas músicas. “Nós estamos aqui como um contraponto a aquela festa que vai acontecer. Eu acho aquilo uma sacanagem, me sinto aviltado com esse tipo de atitude. Eu gosto e tenho o direito de ter acesso a musica de qualidade”, afirma André, se referindo a München Fest.
Reportagem de Rafaela Oliveira
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