Evento discute memória da imprensa paranaense

A palestra “Memorias da Imprensa Paranaense: Acervo fotográfico do jornal O Estado do Paraná”, ministrada pelo jornalista e pesquisador José Carlos Fernandes, se propôs a mostrar a importância do acervo do jornal. O evento ocorreu nesta sexta-feira (27), às 9h, no Auditório Brasil Pinheiro Machado (Museu Campos Gerais) e fez parte da 13ª Primavera dos Museus, que promoveu diversas atividades entre os dias 23 e 29 de setembro.

O acervo conta com mais de 2.939 caixas de material que ainda não foi estudado. O conteúdo do acervo vai desde fotos impressas, charges, recortes de jornal, edições do jornal Panorama até pautas feitas por jornalistas que trabalhavam no jornal. Em diversos momentos, Fernandes frisou a importância do acervo para o Estado e para as cidades do interior. O Estado do Paraná circulou durante a ditadura e continha em seu quadro de funcionários nomes importantes do jornalismo paranaense.

O acervo de sessenta anos de um jornal diário mostra a fase industrial do jornalismo na década de 1970, com a consolidação da pirâmide invertida e a influência de novos profissionais formados. “O jornal passou por conflitos, pela transformação das cidades, os fluxos migratórios e apresenta um registro visual desses momentos”, destaca o pesquisador sobre a importância cultural do acervo.

 Alguns materiais se perderam, foram furtados ou estragaram com o tempo. Outro fator expressivo é que o acervo ficou alguns anos sem arquivista. A parte mais expressiva do acervo são as fotografias. José Carlos Fernandes considera que no jornal O Estado do Paraná as fotografias começaram a serem considerados como um documento histórico.

Atualmente, o acervo é mantido pelo grupo GRPCom, mas se avalia a possibilidade de doação de material para instituições de ensino, como a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O reitor, Miguel Sanches Neto, estava presente na palestra e confirmou o interesse da instituição. “Estamos fazendo um estudo de viabilidade. Vamos tentar obter parte do material, seja para pesquisas na história, arte ou jornalismo”.

José Carlos Fernandes é voluntário do acervo do jornal e mediador entre as universidades e o grupo que administra o acervo atualmente. “Estávamos pensando em um jeito de tornar público o material, depois veio a ideia de ‘fatiar’ por se tratar de um arquivo muito extenso”, explica.

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