Há quatro semanas, o Cultura Plural apresenta críticas dos filmes indicados às três categorias do Oscar: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Animação. Foram semanas de muita expectativa e trabalho, com olhos grudados nas telas para criar nos leitores a vontade de acompanhar a temporada de premiações. Hoje, algumas horas antes de conhecermos os vencedores, os repórteres responsáveis pela cobertura apresentam suas apostas e uma visão geral do que se pode esperar da noite mais importante do cinema mundial.
Lilian Magalhães – Críticas dos filmes No Ritmo do Coração, Não Olhe Para Cima, Ataque dos Cães e Flee
Com a ausência de atenção para as categorias técnicas, que constroem toda a magia dos filmes, o desânimo para com a academia é enorme. Não me surpreenderia que a presença de filmes de super-heróis fosse decisiva para a categoria de efeitos visuais, e também existe uma grande possibilidade da releitura da história da Cruella se destacar com seus figurinos e maquiagens.
Apostas: Para essa edição, a expectativa e talvez única razão para assistir à cerimônia é a possível vitória de Ataque dos Cães e o reconhecimento de Andrew Garfield por sua excelente performance na categoria de Melhor Ator. Nas categorias de elenco, minha torcida fica para Ataque dos Cães com Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante, enquanto a Melhor Atriz seria Kristen Stewart, por Spencer.
Yuri A.F. Marcinik – Críticas dos filmes Amor, Sublime Amor, Beco do Pesadelo, Drive my Car e Licorice Pizza
Esse ano, a cerimônia pode ser o clímax de algumas narrativas de compensação histórica para prodígios dos anos 90 – hoje capitães do estrelato de Hollywood – criadas durante a temporada. Algumas se mantêm imbatíveis, como é o caso do favoritismo de Will Smith na categoria de Melhor Ator e de Jane Campion para Melhor Diretora. Mas outras estão ameaçadas, como é o caso de Ataque dos Cães em Melhor Filme. CODA, candidato tímido de início, ganhou força após a vitória no Prêmio do Sindicato dos Produtores. Contudo, com o crescente ingresso de membros da ala internacional na academia nos últimos quatro anos, prêmios termômetros como os das alas sindicais dos EUA estão menos confiáveis, o que traz um bem-vindo suspense. Historicamente no Oscar, narrativas de consagração sempre possuem um charme especial.
Apostas: Ataque dos Cães nas categorias principais; Paul Thomas Anderson ou Kenneth Branagh para melhor roteiro original (pois depende de qual prodígio dos anos 90 a categoria prefere consagrar); Will Smith, Troy Kotsur e Arianna Debosse e Jessica Chastain nas atuações e Duna para a maioria das categorias técnicas, que foram preteridas pela transmissão da cerimônia em prol de espetáculo genérico e desesperado por audiência.
Maria Helena Denck – Críticas dos filmes King Richard, Belfast, A Mão de Deus, A Pior Pessoa do Mundo e A Felicidade das Pequenas Coisas
Tendo acompanhado as edições do Oscar há anos, é comum que as expectativas sejam altas, porém que sejam carregadas de um realismo dolorido. Mais uma vez, a academia repete padrões, como dar destaque às biografias e a alguns nomes que aparecem com frequência. Desta vez, porém, é possível dizer que a lista de filmes indicados entregou algumas agradáveis surpresas, com obras excelentes e que não desgastam o espectador. Minha expectativa é que os ganhadores fujam do óbvio, apesar de acreditar que, em algumas categorias, o óbvio seja realmente o melhor.
Apostas: Ataque dos Cães deve levar Melhor Filme e ainda premiar Jane Campion como Melhor Diretora, Kirsten Dunst como Melhor Atriz Coadjuvante e Kodi Smit-Mcphee como Melhor Ator Coadjuvante. Em uma cerimônia dos sonhos, Andrew Garfield levaria a estatueta de Melhor Ator por Tick, tick… Boom! e Olivia Colman ganharia seu segundo Oscar como Melhor Atriz por A Filha Perdida. Uma das surpresas que mais me agradaria seria ver A Pior Pessoa do Mundo levando o prêmio de Melhor Roteiro Original.
A equipe do Cultura Plural se despede da cobertura do Oscar 2022, carregando a experiência do acompanhamento da produção cinematográfica e parcerias na produção de críticas que devem continuar mesmo após a premiação. Que venha a cerimônia!
Cinema é cultura. E se é cultura, é plural!
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