Grupo de teatro realiza curtas sobre obras literárias do vestibular da UEPG

O Grupo de Teatro Alfa Plus, sob direção de Leonardo Chociai e fotografia de Micael Rodrigues e Leonardo Chociai, apresentou, nesta terça-feira, 2, cinco curta metragens sobre as obras literárias cobradas pelo vestibular da Universidade Estadual de Ponta Grossa. A transmissão ocorreu via youtube e contou com a presença de Leonardo Chociai, ator e diretor do grupo, Felipe Cavichiolo, diretor do colégio Alfa Plus, e Adonis Ribaski, professor responsável por apontamentos breves sobre as obras e biografias dos autores.

            O primeiro curta, inspirado na obra “Vestido de Noiva”, de Nelson Rodrigues, misturou balé e teatro para conseguir transmitir a psicodelia tradicional das obras de Rodrigues, com três planos, da realidade, alucinação e memória, marcando a história da disputa amorosa de irmãs e seu destino trágico. Sobre a produção, Leonardo Chociai e Adonis Ribaski citam as dificuldades de entender o que é verdade e alucinação no enredo, elemento incorporado à peça.

            O curta “Obrigado Paulo Leminski!” presta homenagem ao escritor e sua Obra Completa, simulando o processo criativo de Leminski, que escrevia seus poemas em guardanapos de papel sentado em uma mesa de bar. A peça incorpora narrações dos atores do grupo declamando os poemas transmitidos por um rádio, enquanto um ator interpreta Leminski sentado com um guardanapo de papel, que carrega um desenho do autor e o nome da peça.

            O curta inspirado na obra “Quarto de Despejo”, de Carolina de Jesus, segue uma ordem diferente dos demais, pois, como explicado pela introdução da atriz Jamile Chueiri, o grupo considerava desrespeitoso retratar a vida de Carolina diante da falta de representatividade dos atores disponíveis. A peça, então, teve a narração da filha de Carolina Maria de Jesus, Vera Eunice de Jesus Lima, enquanto imagens sobre recentes casos de racismo que assombraram o país preenchiam a tela.

            O quarto curta, “Vidas Secas”, inspirado na obra de Graciliano Ramos, expressou, segundo o diretor, o que une as cinco obras: a constante falta de algo. A peça apresenta a família principal da obra no meio da seca, enquanto a atriz Maria Eduarda Dabul canta a canção Asa Branca, de Luiz Gonzaga.

            O último curta, inspirado nos contos Dom José não era, Pirotécnico Zacarias e A Armadilha, de Murilo Rubião, exploram o tema fantástico e o estranhamento causado pela obra, juntando a narração dos atores com imagens em preto e branco com movimentos corporais similares ao teatro mudo.

            O diretor e os atores do grupo reforçam que passaram por muitas dificuldades nos últimos dois anos, sem certezas sobre a continuidade do trabalho e a pandemia do novo coronavírus, mas renasceram pela vontade de inovar, com mais união, confiança e felicidade. Sobre as ações do grupo durante a pandemia, a atriz Natalia de Paula reforça: “Me senti acolhida e compreendida, grata por não termos perdido nossa conexão e estarmos agora diante de um trabalho incrível feito por todos nós”.

Nenhum comentário

Adicione seu comentário

Skip to content