Nas tardes ensolaradas que o Bando da Leitura de reúne, uma pessoa comanda toda a criançada. Não com pulso firme. Muito pelo contrário, ela dá total liberdade para exercerem a sua criatividade perante os livros. Quem quiser ler pode ler, quem quiser apenas ouvir pode ouvir, e quem quiser brincar pode brincar.
O resultado disso é que todas as quartas-feiras as crianças retornam para a casa dela. E não é uma casa comum. Muito pelo contrário, é uma casa tão colorida e cheia de livros que parece vinda dos contos de fada. Claro que a fada (ou fada joaninha como se referiu uma aluna antes de abraçá-la) é ela: Lucélia Clarindo.
Difícil não se render aos encantos da fada joaninha. De estatura baixa, ela realmente pode lembrar as Fairies dos contos clássicos. Porém, com o traço tipicamente ponta-grossense. Lucélia carrega o sotaque da terra em que vive. Não apenas isso, nos encontros do Bando da Leitura ela procura valorizar destaques da literatura local como Thaty Marcondes.
Lucélia diz que quando era pequena era tímida demais. Andava com a cabeça baixa e pouco falava. Tudo isso mudou quando se tornou professora. O poder de mostrar um mundo novo para as crianças a fez deixar de ser a pessoa tímida e se transformar em fada. E realmente ela devia ser encantadora. Se não fosse, as crianças não iriam atrás dela quando se aposentasse.
Lucélia mal sabia que um grande projeto nascia por ali. E que o número de crianças encantadas pela magia dos livros e fada iria aumentar tanto. E que por 180 vezes elas voltaram a sua casa mágica para se encantar com a literatura. Mas isso não é fim, é apenas o começo de uma história que tem muitos capítulos, todos regados a poesia, literatura e claro, magia.
Reportagem de: Edgard Matsuki
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