Por Bruna Alexandrino, colaboração Ana Istschuk, Lucas Cabral e Nicolas Rutts
Com o auditório B do Cine Teatro Opera quase cheio, o Festival Teatro e Circo em Festa recebeu na última sexta-feira(8) a peça “Delicadas Embalagens”, da companhia curitibana Cia Senhas de Teatro. O espetáculo, de aproximadamente uma hora e meia de duração, mostra uma família jovem exposta a perdas e aos excessos da vida contemporânea.
Conflitos familiares cotidianos são retratados entre o drama e a comédia, o que proporciona um espetáculo leve e atraente para todas as faixas etárias de público. A trama se desenvolve em apenas um cenário, construído de maneira subjetiva e com objetos de plástico, o que, segundo as atrizes Anne Celi e Greice Bardos, tem a finalidade de demonstrar a “coisificação”, tema recorrente na peça. As atrizes também explicam que o espetáculo é apresentado em arenas ou teatros, mas sempre com o público perto. “Gostamos de estar perto do público, de poder ver a reação deles”, completam.
Os momentos de tensão são marcados por jogo de luz, ambientação sonora e fortes expressões corporais. Esses elementos fazem com que o público se sinta preso na cena, transmitindo a emoção dos conflitos representados. O texto é marcado e rápido, o que prende a atenção de quem está assistindo. A relação com o consumismo e a substituição de afeto por objetos são as principais críticas à sociedade realizadas por “Delicadas Embalagens” desde 2008, ano de estreia da peça.
Ana Baldani, atriz, 20, que assistiu a peça e também os espetáculos “Súplicas” e “Valentina”, do Festival Teatro e Circo em Festa, relata que gostou do modo como o tema foi abordado e da maneira como os atores interpretaram os personagens. “O ritmo do espetáculo foi algo significante, já que foi um ritmo intenso, sem parar. Dá pra ver que tem um estudo bem bacana por trás da peça”, observa.
Já para o ator ponta-grossense Mackaulen Tavares, 20, a peça, apesar de ter sido bem interpretada, “possuiu uma mensagem e um texto confuso”. Mackaulen ainda ressalta a importância de divulgação dos teatros para a população do município. “Se comparar com o total da população ponta-grossense, são poucas as pessoas que acompanham as peças, até por não se ter um apoio e uma divulgação mais ampla do governo municipal”, completa Tavares.
Gabriel Quadros, estudante, 20, elogia a peça e a forma como os atores a interpretaram. “Dá pra se notar o profissionalismo e a qualidade da preparação dos intérpretes, além da bonita mensagem que a peça traz de cuidado com a integração da família”, afirma. Já a estudante Emily Sloboda, 16, sentiu que o ritmo da peça deixou o texto confuso. “A peça é boa, principalmente o modo dos atores a interpretarem, porém o texto é confuso, já que acontece muita coisa ao mesmo tempo, e eles mudavam de assunto muito rápido”, completa Emily.
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