Ao andar pelas ruas não é difícil encontrar pessoas vestindo trajes estilo hip hop: roupas largas, bonés de abas retas, tênis com cadarços largos e coloridos. Tal cultura nasceu na década de 70 nos Estados unidos. Hoje tem adeptos pelo mundo todo, não discriminando cor, credo, idade ou classe social. Na origem do movimento, a maioria dos “hip hoppers” eram negros e de uma classe social menos favorecida, mas isso atualmente não é regra. No Brasil, a capital do hip hop é São Paulo, cidade que foi o berço do hip hop no país nos anos 80.
Como gênero musical, o hip hop possui várias vertentes. Quase todas as músicas têm ar carregado de protesto. A maioria das letras conta histórias de vida, geralmente relacionadas à origem de seus interpretes: as periferias das grandes cidades. Porém, sempre expressando o orgulho e o amor por sua comunidade. Os grupos musicais são formados por MC’s (Mestres de cerimônia) e DJ’s (Disco Jóqueis). O ponto forte de suas músicas são as rimas aliadas a baterias e sintetizadores que dão o ritmo as canções. Para os apreciadores e cantores desse estilo, “é tudo pura poesia”.
Mesmo em cidades menores, a cultura hip hop tem forca surpreendente. Em Ponta Grossa é possível ver manifestações desse estilo em toda parte, seja no modo como alguns jovens se vestem, seja nas paredes e muros pela cidade onde se encontram grafites dos artistas ponta-grossenses.
A propósito, além do meio musical e modista, a cultura hip hop ainda é representada na dança pelo breakdance, dança de rua, entre outras modalidades, e nas artes plásticas pelo grafite. O ‘break’ é um estilo de dança que surgiu nas ruas e requer movimentos rápidos e precisos dos dançarinos para acompanhar o ritmo das musicas. Já nas artes, o grafite é encontrado com freqüência em paredes e muros pelas cidades. O grafiteiro usa latas de spray para construir suas obras que são sempre muito coloridas e extremamente originais. O grafite retrata a indignação com a sociedade e compartilha suas emoções.
O grafiteiro Carlos Alexandre, conhecido como Farinha, é um dos mais conhecidos da cidade por suas obras. Ele conta que começou a grafitar desde a adolescência e não pretende parar tão cedo. “Para mim, grafite é um estilo de vida”.
Porém, Ponta Grossa não tem só o grafite como representante da cultura hip hop. Frequentemente são organizados pelos membros do movimento festivais, batalhas de rimas, shows, entre outros. Um dos articuladores do movimento social na cidade é Ismael dos Santos, mais conhecido como Gueg.
Gueg é o criador do HipHopPG, que dispõe de um canal de radio na internet. A Rádio HipHop é uma webrádio que só toca músicas do segmento. Inclusive o movimento na cidade lançou um projeto que dá aos DJ’s da região a oportunidade de exportarem seus trabalhos. No Projeto Hip Hop DJ, o DJ tem a missão de gravar um programa de rádio com duas horas de duração onde só toque rap.
Todo conteúdo de rappers, DJ’s e MC’s ponta-grossenses estão disponíveis na internet no site HipHopPG para todos os interessados. Lá eles possuem músicas e vídeos dos artistas da região, divulgação dos próximos eventos do segmento, organizados ou não em Ponta Grossa, fotos, entre outros.
Reportagem de Laís Franco, Érik Gasparetto, Mariel Riveros e Raísa Jorge
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