A estreia contou com uma roda de conversa com o diretor do longa sobre o processo de produção
Na última terça-feira (5), o Museu Campos Gerais exibiu “Albertina”, filme de Luiz Fernando Machado, no auditório Brasil Pinheiro Machado. O evento contou com a apresentação de um curta, também do mesmo diretor, além de uma roda de conversa sobre o processo que levou ao produto final: um longa tocante, produzido em conjunto com a comunidade local.
“Albertina” narra a história da Beata Albertina Berkenbrock, menina nascida em Imaruí, Santa Catarina, e assassinada aos 12 anos de idade. Em um enredo simples, os espectadores puderam conhecer a personalidade calma, piedosa e sacra de Albertina e sua família, e os caminhos que a levaram a se conectar com a Igreja Católica, escolher o caminho religioso e se dedicar para que pudesse se manter nesse caminho, mesmo diante das provocações constantes dos colegas. Parte da equipe responsável por “Albertina” é integrante da família Berkenbrock, talvez um dos motivos pelos quais a narrativa é tão intimista, encantadora e devastadora.
Albertina Berkenbrock foi assassinada por um homem que conhecia, ao acreditar em sua palavra de confiança quando pediu ajuda para encontrar um boi fugitivo, sendo guiada, ao invés disso, para uma floresta. A menina, crendo no poder de sua pureza, negou o que foi proposto a ela, e foi morta por conta de sua rejeição. O filme faz um trabalho excepcional em preservar a imagem de Albertina, ao não mostrar explicitamente seu assassinato. Ao invés disso, o que causa dor no público é a reação da cidade, que vive o luto de perder uma menina tão conhecida e querida.
O público presente no auditório do Museu Campos Gerais recebeu o longa com emoção, ao perceber o quanto a narrativa seguiu a personalidade real de Albertina, mostrando-a como uma pessoa que não enxergava o mal nas pessoas, mas sabia que a maldade estava presente no mundo e que era seu papel fazer com que situações ruins não chegassem ao alcance dela ou das pessoas que ela amava.
A conversa com Luiz Fernando Machado foi marcada por histórias sobre a maneira como a equipe conquistou a comunidade, que acabou se encantando pelo projeto e participando ativamente das gravações. Além disso, o diretor contou as estratégias utilizadas para que o filme, que tinha um orçamento baixo, chegasse à qualidade que possui. Luiz Fernando também citou a qualidade do trabalho das atrizes iniciantes Suieny Espíndola e Jhulieny Espíndola, intérpretes das versões mais nova e mais velha de Albertina, e como o jeito tímido e reservado das meninas foi o destaque que precisavam para conquistar o papel.
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