O colorido da bandeira Foto: Cultura Plural Espaço Colaborativo

Neste ano, as cores que representam o orgulho foram erguidas logo na entrada da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Uma novidade que parece tornar a instituição mais democrática! Trata-se de uma das mobilizações realizadas por acadêmicos de Letras da instituição. Grande satisfação em ver esse espaço colorido, ainda mais em um contexto de disputas, insegurança e intolerâncias. Não há motivo para a comunidade deixar de ganhar visibilidade, ainda mais porque encontra grupos que realizam ataque diretos a suas causas.

Impulsionada pela força das redes sociais, a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis, Transgênero, Queers, Intersexuais e Assexuais (LGBTQIA) consegue dialogar e se mobilizar cada vez mais pelo espaço público. Recentemente, a cidade viu mais um caso de agressão por homofobia. Algo que acontece frequentemente sem grandes respostas oficiais. Além disso, é preciso lembrar também dos casos de transfobia, já que o Brasil lidera rankings internacionais nos índices de homicídio.

A falta de representatividade faz com que esses tipos de situações se apaguem. A força das bancadas evangélicas em nome da família tradicional brasileira, muita vezes, reforça alguns estereótipos assim como prega a discriminação. Como se trata de um grupo minoritário, direitos humanos perdem o foco nas discussões. Grande parte de jovens são expulsos de casa após assumir sua orientação ou identidade de gênero.

A fase de aceitação para alguns indivíduos pode ser complicada, já que existem paradigmas e falta de informação presente sobre essas questões. Para um jovem, por exemplo, com as ideias ainda em formação, a falta de apoio pode ocasionar sérios problemas de desenvolvimento. Muitos suicídios acontecem por conta disso.

“No meu caso, como homossexual, percebi recentemente o quanto tradições enraizadas me prendiam. Por muito tempo me sentia anormal. Enquanto criança, eu já me via em outro estilo de vida, diferente dos meus pais e avós. O medo em causar o aborrecimento da família me fez ficar distante dos meus interesses por muito tempo. Desde pequeno, eu sonhava por um futuro mais libertário. Eu me imaginava apoiando minhas causas. Fico realmente satisfeito em ver mobilizações como essas tão cedo entre pessoas do meu convívio, pois eu acreditava ter orgulho de ser livre mais tarde. Claro, existem grandes demandas a serem discutidas. A luta não deve parar, já que buscamos um futuro mais justo, com pessoas que aceitam a diferença do mundo de constantes transformações. As pessoas são plurais e somam a diversidade”

Texto enviado para o Espaço Colaborativo, por André da Luz

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