O espetáculo integra as atividades do mês da mulher, promovido pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE). As ações são voltadas à conscientização dos direitos das mulheres e combate à violência de gênero. A peça ‘O Que Eu Deveria Ser Se Não Fosse Quem Eu Sou’ é um monólogo com a interpretação e direção de Michella França. O evento ocorreu nesta quarta-feira (04) no Campus Central e de Uvaranas da UEPG.
A peça já foi exibida em Curitiba, Arapongas e Guarapuava. A produtora, Amanda Peiter, conta que a ideia de passar o espetáculo em Ponta Grossa neste mês vem da reação das pessoas ao assistirem a peça. “Ela trata de um tema muito forte, ela é muito impactante. Então de alguma forma as pessoas se identificam, ou porque vivenciaram a situação de violência, porque vivem a situação de violência, ou porque têm alguém próximo que está nessa situação”. Além disso, Amanda conta que a peça também é uma forma de informar e ajudar as mulheres, que sofrem a violência de gênero, a se entenderem como vítimas e denunciarem.
A peça
O espetáculo apresenta a história de uma mulher que viveu em um relacionamento abusivo durante 15 anos. O monólogo trata sobre diversas situações de violência física, verbal e psicológica contra a mulher, mas também aborda temas como suicídio e estupro. A atriz, Michella França, possui uma linguagem corporal que fala por si própria no palco, como nas cenas em que acontecem as brigas e o sofrimento da personagem. A peça possui a metáfora da corda, em que a atriz se entrelaça fazendo movimentos e gestos para simbolizar a ‘prisão’ que a mulher se encontra quando está em um relacionamento abusivo.
Segundo o estudante de Letras, Marcos Henrique, a peça apresenta a realidade que muitas mulheres enfrentam nos dias atuais. “Milhares de mulheres morrem por esse machismo, que infelizmente está impregnado na sociedade, então é muito importante que tenha esses projetos, que mostram isso para quem acha que não existe, ou que não dá muita importância”. Letícia Miodunski, também estudante de Letras, relata que a peça foi impactante. “É bem forte, mas mostra bem a realidade e tem que ser exposta desse jeito para que a gente entenda”, diz.
A peça ‘O Que Eu Deveria Ser Se Não Fosse Quem Eu Sou’ está com a agenda aberta para apresentações. De acordo com a produtora, Amanda Peiter, o espetáculo irá passar por escolas, CRAS e postos de saúde de regiões onde há um maior índice de violência contra a mulher e onde acontece o maior número de pedidos de medidas protetivas.
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