Pellanda emociona público na abertura do VII Flicampos

O VII Festival Literário dos Campos Gerais (Flicampos) iniciou nesta segunda-feira (11com palestra do jornalista Luís Henrique Pellanda, no Palco B do Cine Teatro Ópera, às 19h.

Antes de sua fala, houve uma apresentação de contadores de histórias de diversos estados: Ceará, Sergipe, Minas Gerais, Goiás e São Paulo. As apresentações eram parte do IV Festival Nacional dos Contadores de História que acontece nessa semana simultaneamente ao Flicampos.

Inspirado pelas histórias contadas pelos artistas, Luís Henrique Pellanda decidiu contar a história de uma crônica dele: Sabiá de Guerra. Ele leu a crônica, que se passa na Praça Santos Dummont em Curitiba, e fala sobre um menino que se aproximou de Pellanda com um pássaro morto na mão. O autor perguntou ao menino se ele iria enterrar o pássaro, e num ato de surpresa, o menino respondeu: “Não, vou levar para casa para ressuscitá-lo”.

Depois de contar essa história, o autor relatou que uma professora de um colégio de classe média alta mostrou essa história para seus alunos de 10 anos e pediu que eles escrevessem o que aconteceu com o pássaro. Pellanda leu essas histórias, muita delas divertidas, que rendeu boas risadas na plateia. Depois, mostrou outras respostas para a mesma pergunta, mas dessa vez, de meninos entre 12 a 17 anos, do Cense Piraquara – o presídio para menores de idade. As respostas eram bem mais tensas, mais céticas, e o autor apontou para o fato de os meninos se identificarem com o pássaro morto.

Essa interação emocionou o público e ditou a fala da palestra sobre como é importante pensar em quem lê o que cronistas, jornalistas ou contadores de contos escrevem. Sobre o porquê de ter contado essa história, Pellanda destaca a importância de compartilhar esta experiência. “É um absurdo eu ter passado por isso e não falar, esses meninos são pessoas que cometeram crimes, não são coitados, mas existirão outros, e nós precisamos saber o que fazer com os que ainda virão”, diz

Após essa fala, o escritor encerrou a palestra e conversou com o público durante 30 minutos sobre o reflexo do autor nas suas crônicas, seu processo criativo, as reações dos leitores e a diferença entre conto e crônica.

Pellanda também falou sobre a falta de preparo no currículo do curso de Jornalismo sobre temas literários, políticos, culturais e econômicos. Além disso, relatou como suas histórias e suas viagens pelo Brasil moldaram a pessoa que ele é hoje. “Se você não mudar todo dia, se você não aprender coisas novas todo dia, você está totalmente insensível, é impossível que a nossa atividade não nos leve a um lugar diferente todo dia, temos que dar um passo para frente, sempre”, diz

O VII Festival Literário dos Campos Gerais acontece até o dia 14 de junho. A programação completa pode ser acessada na Agenda Cultural do site da prefeitura: pontagrossa.pr.gov.br/info-fmc

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