Pioneiros do rádio ponta-grossense abrem XXI Semana da Comunicação

Na manhã de ontem, dia 22, teve início a XXI Semana de Estudos em Comunicação, no Grande Auditório do campus central da UEPG. O tema “Vozes pioneiras que fizeram rádio nos Campos Gerais” foi discutido pelos convidados Aldo Mikaelli, Antonio Celso Moreira, Iraci Trevisani Rosa e Ney Costa, todos participantes ativos na implantação do rádio na cidade de Ponta Grossa.

Aldo Mikaelli abriu a palestra com a frase: “Nós fomos e somos apaixonados pelo rádio”. O radialista começou a trabalhar no rádio no ano de 1962, aos 16 anos, quando se ofereceu para um teste na Rádio Santana. Um mês antes da instalação da rádio na cidade, em abril, Mikaelli já estava contratado.

Autor de quatro livros sobre o desenvolvimento do rádio em Ponta Grossa, Mikaelli conta que demorou para começar a escrever livros. “Não sou escritor, mas fui levado a escrever. Quando percebi que era capaz, o fiz. Hoje é uma honra ter registrado um pouco da história do rádio”, afirma. Quando questionado na palestra sobre a situação do rádio perante o surgimento da televisão, Mikaelli afirma que a TV suplantou o rádio, mas não tirou a sua importância no dia-a-dia das pessoas. Hoje,o radialista apresenta o programa “Alma Brasileira”, aos domingos, das 8h às 10h, na Rádio Central.

Caroline Belini

Sentimentos no ar

O pontagrossense Ney Costa contou na palestra de ontem  que iniciou sua carreira no rádio por meio da RAF, e diz ter aprendido tudo que sabe na prática, sem nenhum aparelho de tecnologia avançada. Ney participou de eventos que marcaram o auge do rádio na cidade, como a inauguração da Rádio Santana, em 1962. Lá, participou do programa esportivo “Descobrindo Sucessos”.

O radialista atuou também na Rádio Bandeirante de São Paulo, na Rádio Clube Paranaense, em Curitiba, e na Rádio Clube Ponta-grossense, onde trabalha até hoje. Ney Costa defendeu que o rádio serve para fazer bem aos ouvintes, e a relação com quem escuta a programação de rádio deve ser de respeito e dedicação. “Eu fui, e ainda sou, muito feliz pelo trabalho que faço. Não faço pelo dinheiro, faço pelo amor que tenho a minha profissão”, contou o radialista.

Angélica Szeremeta

Máquina do tempo

“O que vou contar é algo que pode incentivar vocês”, anunciou Iraci Trevisani, iniciando sua fala. Durante o tempo que contou suas experiências, Trevisani deixou claro o tom de saudosismo presente na primeira manhã da Secom.

Ao relatar sua trajetória, o radialista conseguiu transportar os presentes para o tempo em que ouviu pela primeira vez as ondas radiofônicas. “Eu quero que vocês sintam que as primeiras emoções são importantes para um estudante”, diz.

Thaís Belluzzo

“O rádio tinha força de documento”

Antônio Celso Moreira ressaltou a credibilidade que o rádio tinha para as pessoas, durante a palestra ontem. “O rádio nos anos 50 era imediato, tinha força de documento, o que ele dizia as pessoas acreditavam”, contou. Além disso, Moreira relembrou a parte técnica do início da produção radiofônica, falando sobre  alguns dos equipamentos usados, como a fita magnética, a fita cassete e o próprio CD.

Quando os organizadores abriram espaço para as perguntas do público, os radialistas se lembravam com um ar de nostalgia de uma ou outra história que esqueceram de contar. No final da manhã, o documentário sobre a história do rádio em Ponta Grossa foi apresentado para os presentes, e encerrou o primeiro dia de palestras.

Thaís Belluzzo

Rádio Resistência: Música e nostalgia na volta da rádio resistência

As ondas da Rádio Resistência voltaram a soar pelo campus central da UEPG. Com locução das estudantes Angélica Szeremeta e Marina Demartini, o programa foiao ar ontem entre as 12h e as 12h45, e trouxe informações como o cardápio do Restaurante Universitário, previsão do tempo e notícias dos jornais locais. Os radialistas Aldo Mikaelli e Iraci Trevisani contribuíram na programação  com depoimentos sobre a história do rádio em Ponta Grossa, logo após as palestras no auditório da reitoria. Os pioneiros relembraram fatos relacionados a cobertura de jogos futebolísticos, eleições municipais e inovações tecnológicas.

A programação da Rádio teve também discotecagem em vinil, realizada pelo estudante do 1º ano de Jornalismo, Marcelo Mara. Entre um bloco e outro da rádio, Marcelo contagiou os ouvintes com alguns dos 1500 discos de sua coleção, que mantém desde os 13 anos de idade. A rádio resistência vai ao ar entre os dias 22 e 26 de outubro, sempre ao meio-dia, em frente ao Departamento de Comunicação.

Antonio Correia

Exposição Museu Campos Gerais: Museu no Bloco B

O Departamento de Comunicação, em parceria com o Museu Campos Gerais, realiza a exposição “Na frequência do rádio”, entre os dias 22 e 26 de outubro, no saguão de entrada do Bloco B da UEPG, em frente ao laboratório de rádio.

A exposição reúne aparelhos de rádio da década de 50 e da década de 40, fotos de gravações de programas e microfones antigos. “Partimos da primeira rádio de Ponta Grossa, a PRJ2, para reconstruir a história e reunirmos o material”, afirma o historiador e organizador da exposição, Wanderlei de Paula Rocha.

André Packer

Café Comunitário reúne participantes da Secom

Professora do curso de Jornalismo e coordenadora da 21ª edição da Semana de  Comunicação, Hebe Gonçalves deu início ao evento às 8:30 de ontem, dia 22, com um pequeno discurso e a abertura do Café Cultural Comunitário. De acordo com a professora, o Café já se tornou uma tradição na SemanaCom, e compõe um espaço simbólico de interação entre os participantes da Semana, sejam eles alunos, professores, pesquisadores ou profissionais do rádio.

As mesas, repletas de doces, bolachas, bolos, pães e café, trazidos por professores e alunos, e o incomparável pão de queijo mineiro, assado pela própria professora Hebe, ocupavam o espaço entre a porta de entrada e as primeiras cadeiras do Grande Auditório. O espaço ficou pequeno para acomodar tanta gente, que acabou se aglomerando em torno das mesas, não apenas para tomar o café da manhã, mas para conversar, interagir e se valer do “espaço simbólico” que a professora menciona em seu discurso. Afinal, o que pode ser mais comunitário do que partilhar o pão? Ou o pão de queijo.

Rubens Anater

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