Semana Literária debate exercício da liberdade

Na abertura da 38° Semana Literária e Feira do Livro do SESC, nesta segunda-feira (23), o tema da noite foi “literatura e o exercício da liberdade”. A atividade envolveu a escritora gaúcha Luisa Geisler e o escritor pernambucano Marcelino Freire.

Com mediação do escritor ponta-grossense Marco Aurélio de Souza, a roda de conversa contemplou desde a origem dos escritores e a motivação para a escrita até debates sobre temas sociais da atualidade. Em meio às conversas e risadas, os convidados entraram no assunto de que um texto não se escreve apenas com a cabeça. “Eu demorei a me dar conta disso na minha escrita, porque o escritor também encarna o texto em todos os sentidos. O texto não existe só na minha cabeça, ele é um organismo vivo. Mesmo que o escritor não esteja verbalizando isso ele é o seu próprio texto”, afirma Geisler.

Para o escritor Marcelino Freire, a literatura tem que emocionar e conter a entrega de quem escreve. “Vejo que em muitos textos meus eu deixo um pedaço da minha unha, do cabelo, a minha orelha, algumas noites mal dormidas. Então se você entregou algo esse texto é teu, é porque você está comprometido com alguma coisa. Esse comprometimento passa pelo corpo, por uma entrega corporal”, destaca Freire.

Os escritores comentaram durante o evento o crescimento do mercado editorial independente e obras que focam temas que ganharam destaque nos últimos anos como a literatura feminista, LGBTI+ e de outras minorias.

Antes da abertura oficial da Semana Literária aconteceu uma roda de conversa de literatura feminina com os clubes de leitura “Leia Mulheres” e “Só Garotas” que discutiram poemas de Ryane Leão.

Sobre os escritores

Luisa Geisler durante a palestra de abertura
Foto: João Guilherme Castro

Luisa Geisler é gaúcha da cidade de Canoas. Segundo a autora, entrou na literatura com a escrita de algumas fanfics da série Harry Potter. Já em 2010, com 19 anos, ganhou o prêmio SESC de literatura na categoria ‘conto’ com seu livro de estreia “Contos de mentira”. Com ele também foi finalista do prêmio Jabuti. No ano seguinte venceu novamente o Prêmio SESC de literatura na categoria romance, com o livro “Quiçá”.

Sua produção mais recente é o livro “Enfim, capivaras”, publicado em junho de 2019. O livro conta a história de Binho, um mentiroso birrento que alega ter uma capivara de estimação. O livro explora os relacionamentos entre um grupo de adolescentes em busca da tal capivara.

Marcelino Freire é pernambucano da cidade de Sertânia onde iniciou na literatura. Em 2002 publicou seu primeiro livro “EraOdito”. Foi vencedor do prêmio Jabuti de Literatura em 2006 com o livro “Contos Negreiros”. Em 2014 venceu o Prêmio Literário da Fundação Biblioteca Nacional com o livro de romance “Nossos Ossos”. No mesmo ano foi finalista novamente do Prêmio Jabuti.

O pernambucano Marcelino Freire na abertura da Semana
Foto: João Guilherme Castro

Sua publicação mais recente é o livro de ensaios “Bagageiro” de 2018. O livro  apresenta várias histórias de assuntos que cabem nesse ‘bagageiro’. Mercadorias, botijão de gás e até crianças. O autor cria um novo gênero literário e categoriza como “ensaios de ficção”.

Serviço

A programação da 38° Semana Literária e Feira do Livro do SESC segue até a sexta-feira (27) e tem programação para o dia inteiro durante a semana. Oficinas, contação de histórias, palestras e rodas de conversas estão presentes na programação. Aqui no site do Cultura Plural você encontra a agenda completa.

Nenhum comentário

Adicione seu comentário

Skip to content