A maioria dos espectadores não sabia que as peças seriam apresentadas por pessoas com deficiências visuais e ficaram surpresos quando descobriram minutos antes do espetáculo começar. “Quando você assiste uma peça assim, vê a superação, começa a ver a vida com novos olhos. Quando eu vi o que eles fizeram no palco mesmo não vendo…” diz a dona de casa Stella Maris (50).
Para o estudante Matheus Prado (20), que sabia da particularidade do grupo afirma: “O que me deixou mais curioso é justamente isso, quero saber como vão interagir com o teatro, já que são cegos. Como vão atuar com a limitação”.
A peça, ‘Dois São Jorge brigando por um dragão’ é uma comedia, que retrata a vida de dois homens que esperam pela paixão de sua vida, sentados em uma praça. A peça faz interação com o público, convidando o espectador a conversar com o ator.
A segunda peça (um drama voltado para a fé cristã) apresentou personagens como anjos, Maria, Tomé, e Jesus, porém a proposta da Unidev é clara: “Não colocamos particularidades de nenhuma religião, porque somos de várias, e não puxamos para nenhum” diz José Souza.
O que chamou a atenção do publico foi à simplicidade do cenário, constituído apenas de duas cadeiras, um spray e um pandeiro. Segundo a professora de teatro Eloisa Pereira, “Um cenário simples faz com que o espectador imagine o resto do seu jeito, e segundo é mais fácil para os atores se localizarem”. Havia fitas plásticas coladas no chão e os atores estavam com um pé descalço, para que pudessem sentir os limites do palco onde poderiam atuar durante as peças.
Ao final do espetáculo, os atores abriram espaço para os espectadores fazerem perguntas e que vieram foram elogios. “Agora que eu vi a peça, só posso dizer uma coisa: o fato de eles não verem, não é fator limitador, ao contrario, eles usaram a deficiência em favor deles na peça”, diz Matheus.
Reportagem de: Portal Comunitário
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