
Jornalista formado pela UEPG lança documentário na Alemanha
Com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, Yuri chegou longe. Aos 25 anos, o jornalista formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) viu seu documentário exibido a um público de centenas de pessoas em outro país. No dia 20 de janeiro, o documentário “Teuto-princesinos: contribuições da imigração alemã para a formação de Ponta Grossa”, dirigido por Yuri, foi exibido em um centro cultural em Berlim, capital da Alemanha.
A mostra foi a primeira exibição internacional do documentário – e da carreira de Yuri – e aconteceu com apoio dos institutos Verein Deutsche Sprache e Internationale Medienhilfe, organizações internacionais de promoção e valorização da língua alemã. O curta-metragem foi dirigido e produzido por Yuri e Newton Schner Jr., idealizador do projeto, com recursos do edital de incentivo à cultura para projetos audiovisuais em celebração aos 200 anos de Ponta Grossa .
“Nós tínhamos muito clara a história que queríamos contar neste documentário, há certo tempo. Depois de dois anos tentando recursos, conseguimos, em 2023, ter o projeto aprovado no edital cultural em celebração ao bicentenário da cidade”, explica Yuri. A apuração do material, conta ele, consistiu em uma série de entrevistas com descendentes de alemães em Ponta Grossa, para mostrar, por meio das histórias de suas famílias, o impacto da imigração na cultura, arquitetura e culinária da cidade.
Como parte do edital, o curta-metragem circulou por colégios do município. “Alguns professores pediram atividades sobre o documentário e nos enviaram o que os alunos escreveram. Como adolescente não ‘tem filtro’, os elogios e as críticas deles foram muito poderosos, um dos melhores feedbacks que já tive na vida”, brinca. Após um tempo em circulação em Ponta Grossa, o produtor Nilton Schner Jr. oportunizou a exibição do documentário na Alemanha por meio de convite do centro cultural onde foi exibido.
Yuri destaca que seu filme chegou a uma grande diversidade de pessoas. “É maravilhosa a sensação de ver algo criado com base na minha realidade se conectando com pessoas do outro lado do oceano, que não falam mesmo a língua nem tem as mesmas vivências”. O jornalista celebra que a experiência permitiu a conexão entre países com culturais distintas, por meio de elementos que os unem e que até então eram desconhecidos em ambos os locais.
Do berço à formação
“É uma coisa que vem de berço. Para mim o cinema é uma forma de comunicação básica, porque eu fui muito exposto desde pequeno pela minha mãe, que sempre adorou os clássicos”, comenta Yuri sobre sua paixão pelo cinema. Ao longo da vida, o jornalista foi descobrindo que o cinema é uma ferramenta poderosa para despertar sentimentos como empatia, algo que tentou traduzir em sua obra. “Esse sentimento de pertencimento permite que outras pessoas se reconheçam no patrimônio material e imaterial apresentados no documentário”.
A passagem pela UEPG teve papel fundamental para Yuri, pois além da formação técnica, possibilitou conhecer mais sobre a cultura de Ponta Grossa e seus agentes, inclusive o produtor do seu documentário. “No meu último ano eu aprendi muito sobre documentários. Já no TCC produzi um documentário e tenho de agradecer muito a minha orientadora, professora Karina, que acreditou na proposta”. Yuri exalta a estrutura sólida do curso de Jornalismo, que alia o aprendizado técnico a uma formação humanizada, que permitiu a superação de desafios e o ajudou a desenvolver a relação com outras pessoas. Para seus próximos passos, o jornalista destaca que pretende continuar a investir em produções que se conectem com as pessoas e as levem a conhecer novas realidades.
Texto: Gabriel Miguel | Fotos: Arquivo pessoal