Egressos da UEPG têm obra selecionada no PNLD 2026 na área inédita de Educação Digital

Egressos da UEPG têm obra selecionada no PNLD 2026 na área inédita de Educação Digital

A obra “ConsciêncIA: uma jornada pela Educação Digital”, de Wanderley Marcílio Veronez e Ana Caroline Pscheidt, foi selecionada para o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) 2026. Os autores são mestres em Ensino de Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e professores com trajetória na rede pública de ensino. 

O PNLD é uma política pública do Ministério da Educação (MEC), que visa fornecer obras didáticas, pedagógicas e literárias para escolas públicas da educação básica. As obras aprovadas são alinhadas à Base Nacional Comum Curricular. O livro “ConsciêncIA” integra uma área que estreia nesta edição do programa: a Educação Digital. Voltada a estudantes e professores do Ensino Médio, a obra aborda temas como redes sociais, algoritmos, privacidade de dados, segurança digital e desinformação, com foco na responsabilidade dos estudantes no ambiente online.

“A gente está muito feliz de estar entre as obras selecionadas. O processo de construção do material didático precisa atender às exigências do edital e depois fazer um material coerente, que converse com o estudante e com o professor que vai aplicar em sala de aula. Então é muito importante fazer um estudo profundo”, relata Veronez. De acordo com o autor, a obra foi fruto de quatro meses de trabalho intenso de escrita. “Nós ficamos emocionados com a aprovação, porque o edital é bastante criterioso.”

Segundo Veronez, a ideia do livro surgiu a partir da inclusão do novo componente curricular, a partir de 2026. “O MEC está inserindo a Educação Digital gradativamente na educação básica. Em 2027, a previsão é que esse componente chegue aos anos iniciais do Ensino Fundamental, e depois aos anos finais”, explica. O autor destaca que o avanço da inteligência artificial e das redes sociais no cotidiano dos jovens exige uma resposta educativa à altura. Ele aponta a necessidade de discutir o uso da inteligência artificial de forma consciente, para que os alunos construam funções baseadas em IA e não usem apenas por usar.

“A escola é um espaço que precisa despertar a consciência, educar e letrar as pessoas a utilizar essas ferramentas da melhor forma. Se a gente só for um usuário passivo das redes sociais ou da inteligência artificial, fica suscetível a inúmeros riscos, como vazamento de dados, hackers e exposição. Os adolescentes podem sofrer violência, bullying e assédio. Então, a escola deve promover um espaço de discussão a respeito dessa questão, que é a educação digital”, afirma. Por isso, o título da obra faz referência à necessidade de consciência crítica e ao uso da inteligência artificial.

A influência da UEPG e da escola pública

Veronez destaca a importância do Mestrado em Ensino de Física na trajetória que levou à produção da obra. “Eu conheci a Ana Caroline no mestrado da UEPG. Desde então, seguimos trabalhando juntos em projetos relacionados às ciências da natureza. Também montamos uma empresa de tecnologia juntos. O mestrado foi fundamental para que essa obra existisse”, afirma. 

Ana Caroline Pscheidt também aponta a influência da sua passagem pela UEPG em sua formação. “O mestrado fez muita diferença, não só nessa produção, mas em tudo o que eu faço hoje. Ampliei minha visão sobre a educação e percebi que existem outros espaços possíveis de atuação para o professor. Inclusive, nós fazíamos análises de materiais didáticos, o que contribuiu diretamente para essa obra.” 

A autora afirma que a experiência como professora em escola pública foi fundamental para a construção do livro. “A minha experiência em sala de aula me deu subsídio para criar um material possível de ser executado. Pensamos nas ferramentas que o professor tem disponíveis, considerando que cada escola tem uma realidade diferente”, explica. Ela destaca que o livro permite a realização de atividades desplugadas e também atividades que utilizam o computador e a internet.

O editor da obra, Luiz Andrioli, destaca a importância da inclusão da área de Educação Digital no PNLD. Para ele, o novo componente é fundamental para preparar os estudantes da educação básica para os desafios do mundo conectado. “Trabalhar esses conceitos desde cedo contribui para formar cidadãos mais conscientes, com maior respeito à democracia”, afirma. Segundo Andrioli, “ConsciêncIA” trata de temas urgentes como fake news, bullying digital e crimes virtuais, ajudando a preparar os jovens para lidar com esses riscos. “O livro promove o pensamento computacional e a cultura digital, elementos essenciais para que os estudantes se tornem protagonistas em um tempo de mais oportunidades de trabalho, troca de informações e busca por conhecimento.”

O editor também destaca o orgulho de publicar uma obra escrita por dois egressos da Universidade Pública. “É uma alegria estar neste primeiro PNLD que contempla a Educação Digital. E uma alegria ainda maior contar com dois professores egressos de uma universidade pública, gratuita e de qualidade do nosso estado.”

Texto: João Pizani | Fotos: Fabio Ansolin e arquivo pessoal dos entrevistados

 

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