Tomografia & O papel do sistema poroso do solo na retenção de água

Tomografia & O papel do sistema poroso do solo na retenção de água

https://www.fao.org/3/r4082e/r4082e07.htm

Quando a água infiltra no solo ela encontra um caminho totalmente complexo para se deslocar. Se o solo estiver adensado (compactado), a água irá ter dificuldades para penetrar no solo. Uma vez dentro desse sistema poroso, a água precisará se infiltrar, se redistribuir e ficar disponível para as plantas. É aí que surge a importância dos poros do solo, de como eles estão conectados e qual é a tortuosidade de um conjunto de poros conectados. Saber como os poros estão conectados é de extrema importância para se saber se haverá água disponível para as plantas ou então se algum contaminante poderá atingir o lençol freático antes que possa ser filtrado.

O artigo científico “How do geometric factors influence soil water retention? A study using computerized microtomography”, de autoria de MS. Mário A. Camargo e dos Profs. Fábio A.M. Cássaro e Luiz F. Pires, publicado no Bulletin of Engineering Geology and the Environment, traz uma análise detalhada da influência da conectividade e da tortuosidade dos poros na retenção de água.

O artigo apresenta de forma inédita a proposição de um novo método para quantificar faixas de retenção de água e como essas faixas se relacionam com a conectividade e a tortuosidade dos poros. Desta forma, é possível analisar como poros na região estrutural (poros de maiores diâmetros) e na região textural (poros de diâmetros menores) estão conectados e podem atuar na retenção de água.

Com este tipo de informação é possível prever quais são as faixas de poros mais importantes para a retenção de água, de modo que ela possa estar disponível para as plantas quando necessário. Também é possível verificar se os poros estão funcionando adequadamente quanto ao movimento de água, de modo a reduzir possíveis danos ambientais devido a uma drenagem ineficiente pelo solo.

O projeto de pesquisa que resultou na publicação do artigo está sendo parcialmente financiado pelo CNPq (304925/2019-5).

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