Merda! Senhor de 49 anos termina seu 50º Festival neste domingo (13)
Um senhor com quase 50 anos acaba de encerrar mais um trabalho em Ponta Grossa. O Festival Nacional de Teatro (Fenata) fechou as cortinas, neste domingo (13), após promover atividades da sua quinquagésima edição. A programação do Festival contou com 26 grupos teatrais de todo o Brasil, para 85 apresentações na cidade.
O Fenata é irmão gêmeo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Nasceram juntos em 1973 e, desde aquele 07 de março, trabalham em dupla ininterruptamente. Mesmo na pandemia, o Fenata não parou – 2022 marca o retorno definitivo do comparecimento em massa do público, com cerca de 25 mil pessoas presentes.
Como bom senhor de meia idade, o Fenata gosta de dar presentes. Para prestigiar atores, equipe técnica e grupos de teatro, o Fenata entregou troféus para os melhores em 14 categorias. Para que ninguém ficasse de fora, companhias que já tinham retornado para casa puderam conferir a premiação ao vivo, por transmissão online, a qual foi transmitida por telão no Cine-Teatro Ópera.
Quem ficou em Ponta Grossa após a premiação não voltou para casa de mãos vazias. O ator Fábio Freitas recebeu três troféus na mesma noite: Melhor Ator; Melhor Texto Original e Melhor Iluminação. A conquista foi pela peça ‘O Cão Chupando Manga’, da Mostra Adulta. Sorridente, ele comemorou a conquista. “Fiquei tipo pinto no lixo. Estou muito feliz. Hoje é um domingo muito especial na minha vida”, conta.
O Cão Chupando Manga é um texto nascido a partir de uma experiência real vivida por Fábio. “A gente coloca muito das nossas vivências, da nossa história na peça. E eu queria falar disso. Eu queria falar de coisas que me afligem, de ansiedades, anseios meus, da minha idade, do meu tempo na arte. E eu desenvolvi esse texto contando coisas às vezes engraçadas, às vezes duras e ácidas”. Assim como o Fenata, Fábio vai completar 50 anos em 2023. “Eu achei que já era hora de eu falar com as minhas próprias palavras para colocar num espetáculo. Eu estou muito feliz com o resultado e de ter ganho hoje”. 
Outro destaque que o Fenata testemunhou foi a peça ‘Leões, Vodka e um Sapato 23’, vencedora do prêmio especial concedido pelo Júri Popular, com nota média de 9,31. Somados os votos das quatro peças da Mostra Adulto, foram 733 votos depositados pelo júri em cada noite. “Estamos muito, muito felizes, é uma sensação incrível. O Júri Popular era o prêmio que mais queríamos ganhar, pois para a gente o mais importante é que o público curta”, comemora Jean de Oliveira, produtor da peça. A Cia de 2 participou do 46º Fenata, quando também ganharam o prêmio especial. “Agradecemos a todos que fizeram acontecer esse Festival, já passamos por vários e o Fenata tem algo especial”.
O espetáculo PaPeLê – Uma Aventura de Papel, da Téspis Cia de Teatro, foi duplamente contemplado, com Melhor Espetáculo Infantil e Melhor Sonoplastia. A peça era um jogo em que cada criança pôde criar a sua própria história. “Ficamos muito felizes [com o prêmio], pois sabemos que o trabalho que fazemos não é geralmente o que se espera de um espetáculo para crianças, ou o que se espera indo ao teatro”, destaca Max Reinert, produtor da peça. Papelê tem por essência ser experimental, segundo ele. “Esse reconhecimento é uma possibilidade de pensar a criança como um ser inteligente com capacidade de construir abstrações e trabalhar linguagens que não são diretas, específicas. Que esse prêmio ajude a gente a circular bastante com nosso trabalho e atingir muito mais pessoas”, completa.
Jonatas Noguel, produtor da peça ‘Caravela da Ilusão’, comemorou a conquista na categoria Melhor Maquiagem. “Quando temos esse feedback dos jurados, pela beleza da maquiagem e da coerência dela dentro da história, nos deixa muito felizes”. Para ele, o prêmio já vem pela oportunidade em participar de um Festival grande e consolidado como o Fenata. “Pudemos nos envolver com grupos maravilhosos e uma organização excepcional e, é claro, ser indicado em outras categorias, onde ganhar com a maquiagem nos fortalece e felicita bastante”.
Uma pedra no caminho
Um artista nato não foge de enfrentar polêmicas. Ao longo da história, o Fenata se viu face a face com a censura do regime militar, se adaptou às mudanças políticas e históricas brasileiras. Em 2022, o Festival testemunhou manifestações antidemocráticas em Ponta Grossa, que o fizeram mudar de local de apresentação. A peça ‘Caminhos’, do grupo Cirkombi, espetáculo do Teatro de Rua, originalmente aconteceria na Praça Marechal Floriano Peixoto, em frente à Catedral. Os planos tiveram que ser mudados, já que no local manifestantes pedem intervenção militar e anulação do resultado das urnas para presidente. Mesmo com alvará de funcionamento, para ocupação dos espaços, autorizados pelos órgãos competentes, a peça ocorreu na praça em frente à Biblioteca Municipal.
O Festival também foi alvo de acusações falsas de nudez em peças infantis. Ao ar livre no Lago de Olarias, a peça ‘Hi, Breasil’, apresentada pelo Grupo Olho Rasteiro, de Curitiba, levou uma peça-manifesto-samba-enredo para os presentes, com cinco amigos partilhando seus medos e anseios em um dia de domingo. Em determinado momento, os atores vestiram roupas cor da pele, com tarjas pretas nos locais próximos às partes íntimas e mamilos. O ato levantou discussão na internet sobre nudez em um local onde passavam crianças.
Pelas redes sociais, a peça recebeu ataques, como de um usuário nos comentários da postagem das fotos no Facebook. “Se estavam pelados ou não é uma apresentação de arte horrível que tentam enfiar garganta a baixo [sic]…É ruim e só serve pra criar polêmica… Ou vai dizer que um ótimo espetáculo também? Se fosse bom não estavam fazendo de graça no parque… tanto é ruim que só estava assistindo quem estava envolvido na “arte” e um pessoal da UEPG”, escreveu. Uma usuária do Instagram também se disse insatisfeita com a apresentação. “A questão é o porquê. Por que em um local onde crianças estão? Por que em um local público onde o direito de um termina onde começa o do outro? Porém, a necessidade de polemizar, engajar e lacrar é maior. Entendi”, comentou ao se referir à suposta nudez da peça.
A UEPG contrata, a cada Festival, uma equipe de especialistas que faz a seleção das peças e entende que todas as selecionadas condizem com o nível artístico, como informa o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto. “Imagens e interpretações descontextualizadas, usadas com fins políticos para causar confusão na comunidade, apenas demonstram que a arte é cada vez mais necessária para celebrar a vida e fortalecer a informação correta”, afirma. 
Gustavo Mayer, pelo Facebook, descreveu a apresentação, em um comentário, como “perfeita em tudo”. Segundo ele, ela pontuou questões complicadas com sensibilidade artística. “Pude me sentir mudado com a mensagem tão bonita que essa peça traz. Aos patriotas críticos de arte e especialistas em nudez, deixo meu desejo de que um dia vocês consigam desenvolver um pouco mais de receptividade e que ela permita que a arte liberte vocês desses delírios”, disse. Na rede social Instagram, Angelo Rocha também defendeu a apresentação. “Uma pena que perdi a peça! Pela repercussão que teve deve ter sido muito boa! Resista, Fenata! PONTA GROSSA precisa de você!”.
O Fenata presencia um recomeço. Para Daniel Frances, o momento é de transição da humanidade. “Nós estamos num momento de cisão, de uma história inteira, de ódios, de rancores, de um universo que eu achava profundamente vazio. Vamos começar com valores novos, com histórias novas”, ressalta. A resistência, citada pelo comentário no Instagram, também é fala de Daniel. “Vi espetáculos maravilhosos. Hoje, por exemplo, vi uma peça catártica, meu Deus do céu, é impossível não chorar. Então isso é arte. Eu acho que é isso que é a resistência”.
Teatro não é somente subir no palco. “Teatro é entender o que é arte. Se alguém tem o sonho de viver da arte e diz que tem medo, que é tímido, eu digo: esquece, coloca teu coração acima de qualquer coisa, coloca tua vontade e vai, porque a gente tem que acontecer pra frente”, destaca.
Antes que tudo começasse oficialmente, o teatro já rodava Ponta Grossa. A companhia de teatro do Centro de Estudos Cênicos Integrado (Ceci) realizou ações de intervenção teatral em locais da cidade, como forma de divulgação do Festival. Tudo foi pensado pela arte. “Nós fizemos om workshop com voluntários para passar a noção do que é o teatro, do que estão representando e, a partir disso, começamos todo o trabalho dos atores e elaboração dos figurinos”, explica Heloísa Frehse Pereira, diretora do Ceci.
A partir da reunião, o grupo pensou em três elementos artísticos para a intervenção. Um ator representando o Fenata como um homem de 50 anos, um palhaço como figura circense e um casal de atores relembrando Shakespeare. Desde 27 de outubro a 07 de novembro, foram quatro intervenções diárias a locais, empresas e instituições parceiras do Fenata. “O objetivo é levar divulgação para atingir o maior número de pessoas possível, pelo qual os profissionais estão fazendo um maravilhoso trabalho, adaptando a cada momento e espaço. É um orgulho participar dessa ação para que o Fenata tenha vida longa”, completa.
Na abertura
Entre o Museu Campos Gerais e o Cine-Teatro Ópera, são 200 metros a pé. Foi este o trajeto que artistas fizeram para dar o pontapé inicial para o 50º Fenata. Ao som da música dancing queen, eles atravessaram a Rua XV de Novembro, aos olhos das pessoas que estavam na fila para entrar no teatro, no primeiro dia de Festival (08). Todos estavam com roupas coloridas e rostos pintados – alguns com pernas de pau. A preparação foi no prédio da Proex, com Grupo de Teatro da cidade de Ponta Grossa, Coro Cidade de Ponta Grossa e Grupo de Teatro Científico da UEPG, além dos artistas circenses Bruno Fernandes, Fabiano Gustavo e Roberto dos Santos. 
O músico e compositor Cláudio Chaves aguardava na fila para entrar quando foi surpreendido pela performance. “Foi lindo, a arte sempre acha um jeito de se manifestar, de mostrar que estamos vivos. Ela é necessária a vida inteira. Isso aqui é aliviante e, neste momento, é muito mais”, afirmou. O Fenata também trouxe à vida uma boneca. A atriz Levi Hilgemberger fez a personificação da arte do Fenata na intervenção artística de abertura e trouxe na pele as cores e a vibração da arte símbolo da edição número 50. “É uma comemoração, né? Então tinha que ser pra cima, tinha que ser animado, tinha que ser convidativo”, explica. A fantasia de Levi impersonou a ilustração do 50º Fenata, em que uma mulher de cabelos coloridos e rosto pintado traz o palco com cortinas abertas no peito. “A ilustração deste ano vem moderna, atual, assim como o Festival, que vem se renovando a cada ano. Então, esse colorido e esse brilho todo me fazem muito feliz”.
Para Ana Cláudia Gambassi, que participou da intervenção na rua e no palco no dia da abertura, toda a atividade foi uma grande brincadeira, de alegria e leveza. “Nós fizemos alguns ensaios com todo o grupo e nos apaixonamos com a dinâmica. Me honra estar aqui e ver tudo o que foi feito pelo teatro, pela arte em Ponta Grossa. É de tirar o chapéu e de dar os parabéns à Universidade Estadual de Ponta Grossa”, enfatiza.
Após a abertura
A peça de abertura ficou por conta de ‘Tudo’, convidada para abrir o Festival. Quem disse que seria fácil ou que nas 50 edições o Fenata não marcariam a história mais uma vez? A surpresa veio logo no primeiro dia. “Estamos fazendo a peça faltando uma peça”, disse Vladimir Brichta, junto ao elenco, antes da apresentação começar. A atriz Dani Barros, positivada para Covi-19 no mesmo dia, teve que se ausentar do elenco. Como medida para que nada fosse por água abaixo, o elenco adaptou tudo horas antes do espetáculo. “A gente adaptou, porque, quando queremos que o espetáculo continue, a gente tem que adaptar”. 
Para que tudo acontecesse, o ator Marcio Vito incorporou o papel de Dani Barros, lendo o texto da peça em mãos durante todo o espetáculo. “Fiquei um pouco tímido de entrar numas coisas dela, sabe? Me parecia um pouco um abuso pegar uma criação da colega. Mas, ao mesmo tempo, as vezes em que eu me permiti jogar com o clima que ela traz para a peça, foi muito gostoso de fazer”, descreveu Marcio ao final da peça.
Para Cláudio Mendes, o sentimento que ficou é de realização. “O grande sentimento é esse, para qualquer ator entrar num teatro com 680 pessoas ávidas por assistir ao espetáculo e ainda mais num Festival que está comemorando 50 edições ininterruptas. É uma alegria, alegria”. O teatro também escreve certo por linhas tortas. “O teatro propicia essas coisas, o fato de a gente ter esse percalço fez com que também tivesse que reinventar tudo. Num primeiro momento, não sabíamos bem como fazer o que a gente ensaiou. No entanto, fiquei tão emocionada quando começou e vi o Márcio Vito fazendo e se desdobrando na Dani. Foi histórico para nós também”, descreve Julia Lemmertz.
O que disse quem julga
“Achei maravilhosa. Ninguém mais vai ver essa versão, com o Márcio Vito substituindo a atriz. O teatro é isso, essa experiência efêmera que acontece ali naquele momento. Ali, o teatro aconteceu”, descreveu Adriano Petermann, jurado do Fenata, sobre a adaptação de Tudo. O teatro cheio surpreendeu Adriano. “Ponta Grossa está de parabéns. A Universidade está de parabéns, e que venham mais de 50 anos de Fenata”.
Como é que se avalia a arte e diz que um ator é melhor que o outro? Para Adriano, é uma tarefa difícil. “Essa escolha é importante para a gente ter essa festividade e o que tocar mais o nosso coração vai ser aquilo que vai ser mais premiado, com certeza”, explica. A atriz Guta Stresser, também jurada do Fenata, comemorou duas vezes o número 50 em 2022: seus 50 anos de vida e a 50ª edição do Festival. “Foi muito bom participar dessa comissão julgadora do Fenata e ter a oportunidade de assistir muitas peças diferentes, de rua, infantis, adultas, de grupos diferentes de pegadas diferentes”.
O reencontro do público com os artistas emocionou Guta. “É um barato, tanto estar no palco quanto estar na plateia, porque a cada dia você assiste a um espetáculo único, que foi só aquele dia, daquela forma, daquele jeito. Então foi uma experiência única”, ressalta.
Encontro no teatro
O Fenata, além de trazer arte e teatro, levou amor. Alessandra da Silva Ferreira e Leandro Teixeira de Oliveira foram alvo do cupido travestido de Festival – os dois se conheceram no Fenata há 10 anos. “Sempre gostamos de arte, desde pequenos. Cantar e fazer teatro sempre foi nosso caminho e acabamos nos encontrando fazendo apresentações há muitos anos. Assim começou nossa história e a gente continuou vindo às apresentações”, conta Leandro.
Ao contrário de Alessandra e Leandro, o casal Alice Pizzaia Goltz e Naymer Schmidtke estão pela primeira vez no teatro. Vindos de Castro, eles conseguiram ingressos na última hora. “Quando a gente chegou na portaria, tinha acabado o ingresso e uma moça que estava na frente virou e entregou o ingresso”, conta Naymer. E para achar outro ingresso? “Uma moça da portaria se disponibilizou a achar um uma vaga pra nós”, complementa Alice.
A saga pela procura do ingresso valeu a pena. “A gente ficou bem vidrado e encantado com tudo, na iluminação, cenário, figurino. Não sabíamos que ia ser musical, então foi bem surpreendente. A gente fica muito feliz de poder ter assistido e poder participar, mesmo que seja nos 45 segundo tempo, foi muito lindo de sair nutrido de muita arte”, comemora Alice.
Teatro por toda parte
Ninguém faz sucesso sozinho. O Fenata contou com ajuda de muitas pessoas para conseguir subir ao palco pela quinquagésima vez. Nos bastidores, ele reuniu 27 voluntários de diversos cursos da UEPG e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), mais duas estagiárias e três voluntários do Grupo de Teatro Científico da UEPG. O trabalho em conjunto rendeu 85 apresentações, em 60 escolas, teatros, penitenciária e outras instituições. O teatro foi para outros distritos, como Itaiacoca e comunidades quilombolas.
Eliane Parise Cruz, técnica pedagógica e Coordenadora de Educação Básica do Núcleo Regional de Educação, não escondeu a alegria em ver o teatro nas escolas da cidade. “Essa iniciativa é muito importante para os alunos, no sentido de proporcionar um espaço diferente, com outras linguagens”. A linguagem da arte, do inusitado, por meio da apresentação do artística, possibilita que alunos enxerguem o mundo com outros olhos, segundo ela. “Esse acesso das crianças ao teatro, dentro do contexto escolar, é de vital importância, porque muitas delas jamais iriam ao teatro. E o teatro dentro da escola possibilita essa construção da arte junto com os alunos”.
No auditório do Centro de Atenção Integral à Criança e Ao Adolescente (Caic), as crianças se sentavam nas cadeiras. O dia ensolarado na parte de fora, convidativo para brincadeiras ao ar livre, não tirou a atenção dos pequenos à Fada Maria, criatura mágica que passa por aventuras para chegar ao mundo dos humanos. A cada revelação, diálogo e elementos incluídos à peça, os olhos vidrados das crianças conseguiam brilhar mais.
Depois da aventura vivida em conjunto, entre elenco e espectadores, ninguém escapou dos abraços apertados dos alunos. O meio ambiente, assunto discutido na peça, foi levado para dentro da sala de aula. “O teatro apresenta para a criança um aprendizado em outra linguagem, trazendo questões que tratamos em aula, mas de outro modo”, explica a diretora geral do Caic, Rosiane Silva. “Quando temos um teatro, também tem o recurso da imaginação e da criatividade, e o mais importante é que as crianças estão aprendendo”, conta. A apresentação rendeu materiais feitos pelas crianças, contando sobre o que cada um aprendeu com a peça.
Merda
Muita merda aconteceu no Fenata. Foram cerca de 25 mil pessoas que assistiram às peças promovidas pelo Festival. Os palcos, praças e ruas de Ponta Grossa receberam companhias das cidades de Afogados da Ingazeira, Curitiba, Itajaí, Itapira, Limeira, Londrina, Manaus, Rio de Janeiro, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos e São Paulo.
Falar “merda” significa sucesso no teatro. A tradição está relacionada ao período Elisabetano (1558-1625), em que as pessoas iam de carruagem assistir às peças. Quanto mais pessoas, mais cavalos – consequentemente, mais animais fazendo necessidades fisiológicas. Daí o termo para o teatro, como uma mensagem de boa sorte. 
E não faltou o desejo de “merda” a cada início de espetáculo, dado pelas equipes de apoio, atores e espectadores. No último dia, o Fenata trouxe o espetáculo O Grande Circo Místico, como peça de encerramento. “É uma honra estar aqui nesse momento histórico, encerrar esse Festival que é tão especial, tão importante. Estamos muito emocionados e felizes de participar”, disse Thay Lopes, com sua filha no colo.
Thay trouxe o marido e duas filhas para a acompanhar. “Graças a Deus, tenho uma rede de apoio e familiares que me ajudam e fazem isso acontecer”. Na camiseta, assim como cada colega de elenco, ela trazia uma frase simbólica representativa da sua vida: ‘Criar filhos é um ator político’. Assim como o grupo Rodrigo Fornos e Projeto Broadway, companhia de Thay, os espetáculos do Fenata foram aplaudidos de pé a cada fim de espetáculos.
Mesmo com o encerramento da edição, o fechamento das cortinas é temporário – o Fenata é um senhor de meia idade que gosta de trabalhar e não quer parar. Como disse a pró-reitora de Extensão e Assuntos Culturais da UEPG, Maria Salete Vaz, “o Fenata 51 já começa na próxima semana”. Como um ator que se curva diante do seu público, o Fenata diz, em alto e bom som: “Até 2023!”.
Trabalharam no 50º Fenata
Diretoria de Assuntos Culturais: Nelson Silva Jr, Leila Freire, Luciane Tessaroli Dezonet, Francisco Acildo Souza, Ariadene Caillot, Emerson José Barbosa. Eduardo Godoy – Coordenação da Categoria Teatro Adulto A; Natasha Dias – Coordenação da Categoria Teatro Infantil; Alfredo Mourão – Coordenação da Categoria Teatro de Rua; Daniel Frances – Coordenação da Categoria Telmo Faria; Rafaela Prestes – Coordenação da Mostra Especial; Dájila Munhoz – Coordenação das Intervenções e Contrapartida Social; Domitila Gonzalez – Coordenação da Abertura; Fernando ‘Abba’ – Coordenador técnico de som e luz; Luiz Fernando de Souza – Turismólogo; Alisson Nascimento – Ilustração; Chaquelle Oneal Almeida – Criação do troféu; Diego Divardim – Produção do troféu; Carlos Clarindo – Imprensa Universitária; Neomil Macedo – Diagramação do livreto; Mauri Serenato – Intérprete de Libras; Ana Maria de Fátima Piloto Coimbra – Intérprete de Libras; Heloísa Frehse Pereira – Diretora do CECI; Kaio Armando Gomes Bergamin – palestrante; (contrapartida social); Gabriel Vernek – palestrante (contrapartida social); Zek Ramos – palestrante (contrapartida social); Ligiane Ferreira – palestrante (contrapartida social).
Ações de intervenção do Ceci: Paulo Napoleão Ramos de Oliveira Guimarães – diretor, ator e professor de cursos de Teatro no Ceci; Atores e atriz: Amanda Alberge da Rocha Leal, Glayson Cintra de Souza e Hiago Wonsowicz Padilha. Coordenadoria de Comunicação: Aline Jasper, Amanda Graziely Santos, Gabriel Miguel, Fábio Ansolin, Jéssica Natal, Julio César Prado, Luciane Navarro, Sandrah Guimarães, William Clarindo. Apoio: Mauriane Aparecida Monteiro Camargo, Lindamir Aparecida Martins, Aparecido Benedito Paulino. FAUEPG: Sinvaldo Baglie, Karina Aparecida Soares, Mônica do Rocio Stadler, Elenita Godoy, Aline M. Tkaczuk, Michelle Fagundes Alves. Coordenadoria de Cerimonial: Leandro Baptista. Grupo de Teatro de Ponta Grossa: Direção atual: Emerson Rechemberg; Iluminação: Bya Paixão; Cenografia: Nessandra Cordeiro; Figurinista: Evlin Frandoloso; Assistente de direção: Camila Leria; Elenco: Ana Claudia Gambassi, Ana Almeida, Dajila Munhoz, Gustavo Mayer, Juliana Pereira, Levi Hilgemberge, Mariana Boá, Mariele Zanin, Makaullen Padilha, Michella França, Nadhine de Assis Rios, Phayga Gruber, Terezinha Musardo; Vivian Chemin Bueno e Viviane Oliveira.
Coro Cidade de Ponta Grossa: Regência atual: Édi Marques; Sopranos: Andresa Lino, Beatriz Malkut, Deisi Horn, Luciana Cristina de Souza, Náiade Bourguignon e Pollyanna Cristielli de Souza Hemisdorff Contraltos: João Luiz Gomes, Claudete Oberg de Oliveira, Gisele de Lara, Juliana Cristina de Souza do Carmo, Mariene de Souza Lima e Vivian Bueno. Tenores: Augusto Aguieiras Duarte, Cássio Viante, Diego Willian, João Paulo Biscaia, Paulo Kincheski e Vini Piralinda. Baixos: Anthonny Felipe, Cezar Kapp, Thiago Venancio, Halisson Kedrovski, Naton Joly Botogoske e Rudson Puchta. Pianista: Luís Eduardo Corbani.
Voluntários: Amanda Franczak da Silva, Ana Julia Prandel de Oliveira, Camile Sandrino, Evelyn Bianca Gonçalves, Gabriella Goles Furda, Murilo Martins, Rafael Maurício Oesterreich dos Santos, Shelly Leah dos Santos Vieira, Kamila Premebida Ferreira, Edival José Prestes Neto, Tatiane Goncalves da Silva, Sabrina da Silva Rocha, Jade Elenice Majior do Prado, Lívia Ricz Cayres, Luana Santos Silva, Maria Helena Denck Almeida, Milena Kauana Neitzel, Tamires Limurci dos Santos, Ana Carolina Barbato Dias, Emelli Schneider Pereira da Silva, Isadora Ricardo, Anna Caroline Neri, Barbara Monique dos Santos, Camile Franco Camargo, Carolina Aparecida da Silva, Gabriel Pedro Brigola, Nathalia Ellen dos Santos, Pamela Cristina Rodrigues, Tamires Podolan.
Texto: Jéssica Natal