“Populações mais vulneráveis vão sentir primeiro e mais forte os efeitos das mudanças climáticas”, alerta pesquisador da UEPG

“Populações mais vulneráveis vão sentir primeiro e mais forte os efeitos das mudanças climáticas”, alerta pesquisador da UEPG

Amanda Grzebielucka e Prof. Gilson Cruz   Foto: Pedro Moro

Há 23 anos na pesquisa sobre o clima, professor Gilson Campos Ferreira da Cruz, do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), faz o  alerta sobre as emergências climáticas: “Populações mais vulneráveis vão sentir primeiro e mais forte os efeitos das mudanças climáticas”. De acordo com o pesquisador, “os efeitos, as consequências dessas mudanças climáticas são, na verdade, emergências climáticas que já estamos vivendo. A gente chegou nesse momento de emergência climática porque há 40, 50 anos atrás, quando se começou a falar da possibilidade de o que a gente estava fazendo ia mexer com o clima, ainda estava muito longe. Então, a gente não conseguia convencer as pessoas”.  O professor falou ainda sobre a importância da 30ª Conferência da Partes (COP 30) sobre o Clima, das Organizações das Nações Unidas (ONU), que será realizada em Belém, no Pará, em novembro deste ano. Esta é a segunda parte da entrevista com o professor Gilson Cruz, confira a primeira parte no site do Pauta Ambiental

Doutor em Geografia Física, pela Universidade de São Paulo (USP), em 2009, com doutorado sanduíche na Universidade de Lisboa, Gilson Cruz integra o projeto Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI) – Emergência Climática, que envolve as sete Universidades Estaduais do Paraná, IBGE, PUC-PR e UFPR, com recursos financeiros da Fundação Araucária.  

Gilson Cruz também é criador e coordenador da Estação Meteorológica e do Laboratório de Climatologia e Estudos Ambientais da UEPG. Na entrevista exclusiva ao Pauta Ambiental, serviço de extensão em Jornalismo da UEPG, o professor falou sobre os desafios da sociedade para enfrentar os impactos das mudanças climáticas em consequência do aquecimento global, nos contextos de Ponta Grossa, Brasil e no mundo. 

 

Pelo seu currículo, vi que o senhor participou da primeira Conferência Paranaense de Emergência Climática em 2024. Poderia falar um pouco sobre o que foi esse evento, o que foi discutido e quais metas foram acordadas?

Essa conferência está vinculada ao NAPI, que é Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação, um modelo de pesquisa da Fundação Araucária. Em 2021, fui convidado por alguns colegas para fazer parte de um grupo de pesquisa de clima para discutir emergências climáticas no Paraná. Então, a gente criou o NAPI de Emergências Climáticas, financiado pela Fundação Araucária e eu sou o representante da UEPG.

Esse NAPI é para fazer um levantamento e discutir as mudanças climáticas no Paraná e as alternativas, adaptações que a gente pode buscar no futuro. Dentro desse NAPI, várias coisas estão previstas e, entre elas, a realização de uma conferência estadual.

Então, essa conferência foi para apresentar o status de pesquisa de cada um, ou de cada grupo. São cinco grandes grupos. 

Faço parte do eixo quatro, que discute as questões climáticas na escala do clima urbano, principalmente. Existem profissionais de todas as áreas. Todas as Universidades Estaduais do Paraná estão nesse NAPI, o IBGE, PUC de Curitiba, e a Universidade Federal do Paraná.

A gente está agora na fase de finalização das pesquisas. Alguns já publicaram algumas coisas. Eu já publiquei, mas não temos dados finais ainda. Estamos em fase de finalização, de análise do material que foi produzido.

No meu caso, por exemplo, estou discutindo o clima urbano de Ponta Grossa. As outras universidades estão discutindo o clima urbano em outras cidades. O pessoal, por exemplo, da Agronomia está discutindo a questão de emergências climáticas na área da agronomia,  dos reflorestamentos, na área florestal etc. 

A gente está discutindo a diferença entre o clima que ocorre aqui na cidade e o clima que ocorre na zona rural. Mostrar, por exemplo, que o asfalto é o que mais contribui para o aquecimento da cidade, que as ruas mais estreitas, a ausência de vegetação no centro da cidade são responsáveis também pelas altas temperaturas. Mas, ao mesmo tempo, há áreas dentro da cidade que são mais frias, por exemplo.

Dependendo da localização, da posição dentro da cidade, nós também podemos provocar um resfriamento excessivo de áreas dentro da cidade.

Essas relações todas que acontecem dentro da cidade, que mexem com o clima urbano, a gente tem como alterar, entendendo como que isso ocorre, para que a gente possa propor medidas de adaptação. Arborizar onde não está arborizado e está muito quente.

Não arborizar onde já é frio, pois se arborizar, vai esfriar mais ainda. 

Tem uma discussão, por exemplo, falando de outros trabalhos, sobre os efeitos da mudança climática na Araucária. Tanto na distribuição das Araucárias, a variação de temperatura, o aumento de temperatura, vai comprometer o nascimento de novas Araucárias em determinadas regiões que elas nasceriam normalmente. Assim como o aumento da temperatura vai comprometer o desenvolvimento das Araucárias. 

A gente tem a impressão que sabe tudo de clima. Ouve-se tanto, escuta-se tanta coisa. Mas na verdade tem muita coisa ainda para ser estudada, para que se possa propor, fazer propostas.

Quando finalizarmos, vamos levar esses resultados para a Câmara de Vereadores. Na questão de clima, uma das coisas que o município está fazendo, que vai ajudar de outra forma na questão climática, é a instalação de estações meteorológicas.

A Prefeita andou anunciando a instalação de várias estações meteorológicas. Uma das coisas que a gente precisa fazer para entender melhor o clima da cidade é monitorar, registrar dados. Você precisa registrar pelo menos durante 20, 30 anos para entender o clima local.

Mas é um passo. A cidade está instalando acho que 10 estações meteorológicas e esse é o caminho para, mais à frente, fazer um plano diretor, por exemplo, adequado com as mudanças climáticas que são observadas dentro da cidade. 

 

Em sua análise, quais são os principais responsáveis por essa emergência climática?

Acho que o ser humano é o grande responsável, a partir do momento que começou o processo de industrialização no mundo. Mais de 200 anos atrás, à medida que começou a queimar o carvão mineral, depois passou a queimar o petróleo. Isso através dos automóveis, dos aviões, das indústrias, principalmente. A queima dos combustíveis fósseis aumentou a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera.

O aumento do rebanho bovino, por exemplo, no mundo, aumentou a quantidade de metano na atmosfera. O plantio em áreas inundadas, como, por exemplo, o plantio do arroz e outros plantios que são feitos em áreas inundadas produzem muito metano. Então, a gente aumenta essa quantidade de metano na atmosfera.

O metano tem uma capacidade de aquecimento 21 vezes maior que o dióxido de carbono. O efeito do metano é muito grande. O óxido nitroso, outro gás produzido na atividade industrial, na queima dos combustíveis fósseis, também tem uma capacidade de aquecimento muito grande. À medida que a gente vai aumentando esses gases na atmosfera, a gente vai aumentando essa capacidade da atmosfera se aquecer. E se aquece de que forma? A atmosfera se aquece a partir da irradiação feita pela superfície depois que ela é aquecida.

Esses gases absorvem muito essa radiação. Quanto mais você aumenta essa quantidade de gases, você aumenta essa capacidade de aquecer a atmosfera. Além disso, a gente aumenta o aquecimento da superfície quando mexemos na superfície, substituímos, por exemplo, uma floresta por uma área agrícola. Quando você vê um plantio de soja todo

verdinho, na verdade, tem altas temperaturas em cima desse plantio, principalmente nos primeiros meses do desenvolvimento da planta. Aumenta ainda mais esse calor. Além de alterar toda a superfície, muda a composição do ar e, com isso, faz esse combinado de aumentar o aquecimento da superfície e colocar mais gases na atmosfera para aquecer mais. Isso vai resultar no aquecimento global. 

Na verdade, tem um ciclo do carbono. Mas qual é a diferença? O que o homem tem feito de diferente que muda esse ciclo? É quando a gente derruba uma árvore, por exemplo. Quando ela não cai naturalmente, a gente acelera o retorno desse carbono para a atmosfera.

As florestas têm o seu desenvolvimento, atingem o máximo de desenvolvimento e depois as árvores começam a morrer, as folhas vão caindo. Ela vai se movendo e esse carbono volta para o solo e vai fazer todo o ciclo novamente. Quando a gente derruba, antecipa tudo isso. No caso do carvão e do petróleo, eles fazem parte também desse ciclo do carbono, mas é um ciclo muito longo, extremamente longo. O carvão que está lá nas profundezas, que é uma rocha, um dia ele vai voltar para a superfície, vai ser desgastado, erodido e vai voltar para a atmosfera, fazer parte do ciclo. Mas é um ciclo de milhões de anos. Quando retiramos o carvão, o petróleo e queimamos, aceleramos esse processo que iria acontecer em milhões de anos. Aceleramos isso por alguns anos ou menos.

Por isso, a responsabilidade sobre esse aquecimento global que está acontecendo agora.  Esses eventos extremos que estão acontecendo agora são responsabilidade principalmente daquilo que temos feito ao longo desses últimos 150 anos. Desde que o homem começou a se tornar sedentário, ele foi gerando mudanças. Mas as mudanças iniciais ainda eram muito pequenas.

Essas mudanças se tornam significativas a partir da Revolução Industrial e no início do século passado mais propriamente. E tem um pico de aumento que ocorreu na década de [19]70. Houve mudanças na dinâmica mundial, na política mundial. A China começou a produzir muito, a industrializar muito e isso fez dar um salto na poluição na década de [19]70. O aumento da temperatura global se intensifica. Todos os últimos 15, 10 anos, tem sido os mais quentes da história.

Existe mudança climática natural? Existe. Já aconteceu no passado. Várias mudanças climáticas já aconteceram no passado.

Mas as mudanças climáticas naturais que aconteceram ao longo do passado foram ao longo do tempo geológico da Terra, muito lentas. Raras foram as situações em que ocorreu uma mudança climática mais rápida. 

Alheia a essa mudança climática que estamos provocando, também está acontecendo mudança climática natural. Qual é a diferença entre a mudança climática natural e a que o homem provoca? É a velocidade, o tempo. Estamos fazendo mudanças climáticas muito rápidas e não vamos ter tempo de nos adaptarmos em função da velocidade. Se fosse um aquecimento que fosse acontecer em mil anos, dois mil anos, três mil anos, quatro mil anos, daria tempo a sociedade ir se adaptando bem lentamente e aprendendo a viver com isso. Mas na velocidade com que a gente vem provocando as mudanças climáticas, principalmente uma parte da população, não são todos os países, não são todas as cidades do mundo, vai sofrer os impactos mais drásticos da mudança climática, pelo menos num primeiro momento. As populações mais vulneráveis vão sentir primeiro, vão sentir mais forte essas mudanças climáticas. Os efeitos, as consequências dessas mudanças climáticas são, na verdade, emergências climáticas que já estamos vivendo. A gente chegou nesse momento de emergência climática porque há 40, 50 anos atrás, quando se começou a falar da possibilidade de o que a gente estava fazendo ia mexer com o clima, ainda estava muito longe. Então, a gente não conseguia convencer as pessoas. 

 

Em novembro deste ano, o Brasil sediará em Belém a 30ª Conferência das Partes (COP 30), promovida pelas Organizações das Nações Unidas (ONU), sobre a questão climática. Qual a importância de ter essa conferência para o Brasil e para o mundo e qual a sua expectativa sobre o evento?

Quando foi aprovada a ideia da COP 30 no Brasil, existia uma realidade no mundo. Essa realidade vem mudando bastante nesses últimos meses. Então, ficou a dúvida, qual vai ser o resultado que a gente vai conseguir de uma COP 30?

As COPs servem para definir como o mundo vai lidar com a questão das mudanças climáticas e das emergências climáticas no momento. A expectativa é que se avance nos acordos, que se consiga reafirmar alguns acordos que foram feitos em COPs anteriores, particularmente o acordo de Paris, feito em 2015. Existem algumas decisões que precisam ser retomadas, fortalecidas. Na medida em que os países se comprometem, mesmo que eles não cumpram o que se comprometem, mas existe um comprometimento que acaba acontecendo, você tem na COP um efeito em termos globais, locais também, de permitir ou possibilitar que a gente consiga atingir mais diretamente a população. Queiramos ou não, a gente precisa ter também a população envolvida em tudo isso.

As indústrias têm o papel principal. Os países desenvolvidos precisam fazer mais. O Brasil, por exemplo, é um país em que a maior contribuição para o efeito estufa está no desmatamento da Amazônia, nas queimadas. Mesmo a cidade de São Paulo, se a gente pegar as 10 cidades brasileiras que mais contribuem com o gás do efeito estufa, oito das 10 cidades estão na Amazônia.

Só São Paulo e Rio de Janeiro estão fora de lá. Por que essas cidades da Amazônia contribuem com o gás do efeito estufa? Pela queimada, pela derrubada da floresta. 

Por isso essa preocupação em reduzir, acabar com o desmatamento na Amazônia. Tanto que a COP vai ser lá [em Belém]. Mas já mudou muito. Já foi muito pior. Já se desmatou muito. Hoje ainda se desmata bastante, porque é muito grande a floresta, mas não chega nem a 10% do que já se fez de desmatamento nas décadas de [19]80 e [19]90.

Com o passar do tempo, a política foi mudando, a forma de viver e de atuar na Amazônia foi mudando e melhorou bastante. Mas está bem longe de ser o ideal. 

Também não tem ideal em lugar nenhum do mundo. A Europa também não reduziu o seu consumo de carvão e de gás. Os Estados Unidos também não reduziram, muito pelo contrário, vem aumentando. Por isso a importância da COP.

É preciso haver um entendimento e uma ação global. Assim como não adianta a gente imaginar que pode resolver o problema do aquecimento global com um plantio de árvores ali e tal, não. Isso é simbólico, importante. Mas, na verdade, essa mudança na questão ambiental e na questão climática vai acontecer na medida em que os países assinem os tratados e se comprometam a minimizar. Se fala muito do aquecimento de um grau e meio, que já está chegando a dois, na verdade. No ano passado, já tivemos alguns dias em que o aquecimento chegou a dois graus acima da média do pré-industrial.

Quer dizer, a gente já aceitou esse aquecimento. Parte desse aquecimento já está aceito, que é esse um grau e meio. Então, se a gente voltar, por exemplo, na minha infância, nos anos [19]70, a gente tinha um outro clima diferente do que se tem agora. Como muitas outras pessoas devem lembrar, a gente ainda está conseguindo conviver com essa condição climática. Mas a hora que passar dos dois graus, vai ficar bem mais quente. A gente vai ter os invernos, os períodos frios, mas a gente vai ter extremos maiores. E são esses extremos que vão dificultar. E um outro detalhe é que a gente não sabe exatamente como esse clima vai funcionar a hora em que todas essas mudanças climáticas se consolidarem.

O nível dos oceanos vai continuar aumentando por 200 anos, mesmo que cessasse toda a mudança climática agora. Porque é uma dinâmica, é uma questão física. Então, precisamos nos adaptar. Precisamos nos tornar mais resilientes. As cidades precisam se preparar. As cidades litorâneas vão ser mais afetadas. Porto Alegre vai ter problemas futuros. Rio de Janeiro, as cidades do litoral de São Paulo. Isso vai continuar acontecendo e vai continuar crescendo. Às vezes a gente se pergunta, mas por que o ser humano não sai do litoral e não vem para o interior? Mas não vai vir! Os mais jovens vão ver isso. O pessoal vai sofrer com o aumento do nível dos mares, vai ser devagar, as marés vão cada vez batendo mais para dentro e vão sofrer. Mas só quem vai sofrer, de fato, é a população que não pode sair. Quem tiver recurso, condições, vai sair na hora que a coisa apertar. Quem não tem, é que vai acabar sofrendo mais.

 

O senhor falou da questão política e de quanto isso é importante para enfrentar o desmatamento. Na semana passada, a Câmara Federal aprovou o Projeto de Lei 2159/2021, que ficou conhecido como o PL da Devastação. Em sua opinião, quanto essas alterações na atual legislação ambiental podem impactar a questão climática do nosso país?

Uma das expressões que foi utilizada para falar disso é que é um retrocesso. É um retrocesso para aquele momento que se desmatou muito. Na verdade, a gente foi melhorando a nossa legislação, avançando. Hoje, essa lei vai fazer com que a gente dê um salto para trás. E não dá para saber exatamente até onde a gente vai voltar. Mas, com certeza, essa lei vai permitir coisas que foram proibidas alguns anos atrás, 10, 20, 30 anos atrás. Leis que foram criadas e que ajudaram a diminuir o desmatamento na Amazônia, que ajudaram a diminuir as queimadas.

Essas leis caem por água abaixo. Todo esse avanço que a gente teve ao longo do tempo cai por água abaixo na aprovação dessa lei. Não acho que o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] vai conseguir vetar. Pode até vetar, mas eles vão derrubar o veto. Eles têm maioria no Congresso. Então, isso é uma condição que vai ter que trabalhar agora.

Isso tem muito a ver com os deputados, com os senadores. Mesmo que a oposição seja minoria, ainda tem condições de discutir, de negociar, de intervir. Mas as ações que vão resultar dessa legislação, a gente nem consegue visualizar na escala municipal ou na escala estadual. São muitos interesses, às vezes de grupos muito específicos que estão por trás da aprovação de uma legislação como essa. É lógico que vai ter gente que vai entrar nesse bote, aproveitar o embalo e fazer coisas que nem pretendia.  

Retomando a discussão do local, quando a gente retira vegetação, remove vegetação para construir a cidade, a gente provoca uma alteração definitiva na paisagem, que vai resultar numa mudança climática definitiva naquele local.

Pensar isso do ponto de vista de uma mata, de uma floresta, seja aqui da Mata Atlântica, seja em florestas ainda preservadas, no Mato Grosso, na Amazônia, em São Paulo, sempre que a gente pensar na remoção dessa vegetação, o primeiro impacto é o aumento da temperatura da superfície local. 

Depois vêm os impactos secundários. O que vai ser feito com essa madeira? O que vai ser feito com essa vegetação? Vai queimá-la? Construir? Dependendo do uso dessa vegetação, vai piorar ou não, mais rápido ou mais devagar, as condições ambientais, em termos de poluição do ar, mudança climática, aquecimento da atmosfera. Pode ser, às vezes, uma ação pontual, assim como pode ser uma ação de grande escala.

Muitos provavelmente têm interesses na Amazônia. Isso está relacionado com mineração, com coisas que vão impactar. E não é só mineração. Tem expansão de áreas agrícolas, pecuária. Todos vão se aproveitar da nova lei. 

A gente tem que entender que ninguém quer morar nos matos. A gente quer morar na cidade. A mesma coisa com relação ao desenvolvimento, à produção industrial. Tem muitas coisas que a gente não quer abrir mão. E quando a gente não quer abrir mão dessa produção industrial, tem que assumir que a produção industrial vai resultar em impactos ambientais. Isso faz parte das decisões que a gente vai tomando, seja na escala do indivíduo, seja na escala do município, do Estado como um todo.

 

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Por Amanda Grzebielucka, estudante do 3º ano de Jornalismo da UEPG, sob a orientação da professora do Curso de Jornalismo da UEPG, Hebe Gonçalves, coordenadora do Serviço de Extensão Pauta Ambiental.

Foto: Pedro Moro

Esse conteúdo pode ser reproduzido, com devidos créditos da autoria/origem, na forma de incentivo ao projeto e estudantes.  

 

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