Entidades se destacam no atendimento às pessoas em situação de rua

Voluntários da Instituição Irmã Scheilla chegam às 5 horas da manhã para preparar a sopa. Foto: João Bobato

Hoje, no Brasil, mais de 335 mil pessoas encontram-se em situação de rua e sobrevivem apenas de ajuda humanitária, segundo dados registrados no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal. O índice atual é 14 vezes superior ao constatado em 2013, quando cerca de 23 mil pessoas viviam nessas condições no país, de acordo com o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A estimativa da Prefeitura de Ponta Grossa é que mais de 100 pessoas não têm onde morar e recorrem às entidades que distribuem alimentos, roupas e cobertores para sobreviver. Entre as iniciativas, destaca-se a instituição Irmã Scheilla que atua diretamente na linha de frente da solidariedade.

Entidades

Fundada em 1954, a Instituição Espírita Cristã Irmã Scheilla é uma das organizações que atua no auxílio a quem está em situação de vulnerabilidade em Ponta Grossa. Cerca de 200 pessoas se alimentam diariamente na instituição. A refeição é servida no período da manhã, a partir das 9 horas, e à tarde, depois das 17 horas. 

 Alimentos distribuídos são frutos das doações de voluntários e comerciantes Foto: João Bobato

Joana Darc, funcionária há oito anos da entidade, entende que o trabalho voluntário vai além da distribuição de alimentos. “O que me motiva é amar o próximo, levar o bem a quem precisa, transformar vidas com um sorriso e oferecer uma refeição cheia de amor e carinho”, diz. Apesar dos anos de dedicação, Joana reconhece que os desafios são muitos, especialmente pelo perfil diverso do público atendido. “Cada um chega com uma história, uma bagagem diferente. Muitos enfrentam vícios, como drogas e bebidas. O maior desafio é conseguir ajudá-los a sair dessa”, afirma. 

Danilo Divardin, doutorando em Geografia na Universidade Estadual de Ponta Grossa, é voluntário na Irmã Scheilla há três anos. Para ele, a principal recompensa no trabalho voluntário é dar um passo a mais para tentar resolver os problemas da sociedade. “É ilusão achar que o poder público consiga resolver todos os problemas. Então cabe a nós mobilizarmos para tentar melhorar a vida do próximo”, pontua. 

Interessados em contribuir no trabalho voluntário ou com doações, devem contatar a instituição pelo telefone (42) 3224-4828 ou visitar a sede, localizada na Rua do Rosário, 506.

Outra iniciativa que ganhou reconhecimento em Ponta Grossa é o projeto Gueto em Movimento. Idealizado por Rui Adriano Leira, conhecido como Mano Polako, o projeto foi fundado no dia 23 de novembro de 2019, com objetivo de distribuir alimento às pessoas em situação de rua no centro da cidade. 

As entregas são realizadas todas as quintas-feiras, quando os voluntários percorrem a região central de Ponta Grossa e distribuem marmitas às pessoas em situação de rua que encontram pelo caminho. Cerca de 40 pessoas se alimentam semanalmente com a ajuda do projeto.

Segundo o idealizador Mano Polako, o Gueto em Movimento sobrevive exclusivamente da ajuda de voluntários, principalmente de pessoas ativas na cena do rap e do hip hop. “O principal objetivo é ajudar na prática aquilo que é retratado no rap quando se fala de pobreza, fome e desigualdade social”, destaca.

Até o momento, o projeto não possui espaço fixo para a confecção das marmitas. A comida é preparada na residência dos voluntários. Aos interessados em ajudar, o contato com o projeto é feito pelo Instagram @gueto_em_movimento ou pelo endereço rua Julia Wanderley, 1076 (Velomotos), em que pode deixar doações.

Assistência social

A prefeitura possui uma rede de acolhimento para as pessoas em situação de rua. O Centro Pop oferece alimentação, higiene, convívio social e também auxilia na regularização de documentos pessoais, na obtenção de passagens intermunicipais e encaminhamentos na área da saúde. O horário de atendimento atual é das 7 horas às 19 horas, de segunda à sexta-feira. No sábado, funciona das 8 horas às 11 horas.

No período da noite, o Albergue Municipal, que possui capacidade para acolher 70 pessoas, fornece diariamente refeição, higiene e pernoite. A Casa de Acolhida e o Ministério Melhor Viver – que juntas possuem cerca de 110 vagas – são instituições privadas que possuem parceria com a Prefeitura e que acolhem pessoas por encaminhamento do Centro POP. 

Caso identifique uma pessoa em situação de rua, a população pode acionar o Serviço de Abordagem Social, através dos números (42) 98879-3792 (adultos) e (42) 98882-5514 (crianças e adolescentes). 

 

Ficha técnica

Produção: Daniel Klemba e João Bobato

Edição e publicação: Eloise da Silva, Fernanda Matos 

Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza

Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Kossar Furtado

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