Grupo mantém a tradição circense viva há cinco gerações
Respeitável público é aquele que há cerca de 24 anos recebeu a família Salgueiro na cidade de Ponta Grossa, uma família que tem suas raízes na arte circense e leva alegria ao público há cinco gerações.
Tudo teve início com o patriarca, Gilberto Salgueiro. Nascido debaixo das lonas do circo na cidade de Porto Alegre e seguindo a cultura circense por toda a vida, apaixonou-se pela curitibana Sandra Salgueiro que, por amor, fugiu com o circo de Gilberto e deu início a tradicional Família Salgueiro.
Por muitos anos o circo da família funcionou de modo itinerante. Viajava de cidade em cidade para realizar apresentações, sempre com novidades. Com o crescimento da família, chegaram as novas gerações Em 1993, nasce Robert Salgueiro, o homem que deu vida ao famoso Palhaço Picolé.
Hoje, aos 32 anos, Robert atua como produtor cultural, artista e diretor circense. É o responsável por manter o legado familiar e produzir a arte do circo. O aprendizado na área foi construído ao longo de sua vida. Aos 2 anos , Robert já subia nos picadeiros ao lado de seu pai e irmãos e realizava desde apresentação de esquetes cômicas a atos de circo-teatro, dando vida ao Palhaço Picolé. Aos 4 anos, já era malabarista e realizava acrobacias de solo. Ao completar 6 anos, atuava no trapézio, junto ao seu irmão.
A chegada da família em Ponta Grossa
Robert era uma criança que tinha talentos e vivia uma realidade diferente das demais. Foi apenas aos 11 anos que ele viveu algo que, para as outras crianças, era muito comum. “Pela primeira vez, eu e minha família tivemos o prazer de morar em uma casa sem rodas”. Foi em 2001 que a família Salgueiro decidiu fincar raízes na cidade de Ponta Grossa. De acordo com Robert, a permanência na cidade marcou uma nova fase. “Nessa nova jornada, levamos a magia e a arte circense a uma pizzaria que tornou minha família famosa em Ponta Grossa, marcando a infância de muitas pessoas”.
Ao atuar com apresentações para a pizzaria, a família foi deixando sua marca na cidade. Porém, dos anos de 2007 a 2009, a estrada os chamou mais uma vez e o grupo voltou a atuar no estilo itinerante.
A relação de afeto que já existia entre a cidade de Ponta Grossa e a Família Salgueiro fez com que, no final de 2009, ela retornasse ao município, onde permanecem até os dias atuais.
A arte do circo mantida através de gerações
Foi no ano seguinte, 2010, que Robert conheceu sua atual esposa, Geovana, que passou a praticar a arte circense junto da família Salgueiro. Atualmente, Geovana produz o marketing dos espetáculos e também realiza trabalhos como atriz circense.
Desde então, Geovana e Robert mantêm viva a tradição familiar. Hoje, são pais e responsáveis pela quinta geração da família. “Eu gostaria que meus filhos atuassem na área do circo, mas deixo eles muito livres para que escolham aquilo que os deixarão mais felizes quando crescerem”, comenta Geovana.

Robert e Geovana Salgueiro durante apresentação no Centro de Atenção Integral à Criança. Foto: Maria Cecília Mascarenhas
A missão de manter viva a arte do circo
Atualmente fixados em Ponta Grossa, os Salgueiro atuam em diferentes eventos e locais, incluindo apresentações em festas infantis, confraternizações empresariais, ações institucionais, atividades em escolas e espetáculos por meio das leis de incentivo à cultura.
Em 2025, o foco tem sido em apresentações com o apoio de políticas culturais. Atualmente, a família realiza a apresentação do projeto O palhaço, a bailarina e a alegria de estudar, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura. O projeto é exibido em escolas públicas de Ponta Grossa, Ipiranga e Porto Amazonas. A diretora do Centro de Atenção à Criança (CAIC), Rosiane Machado, pontua a importância de levar a arte e a cultura para as escolas. “Iniciativas como esta são imprescindíveis. As crianças precisam dessa linguagem cênica, da questão do circo e outras iniciativas que venham até a escola trazer suas mensagens”.
Defensores da causa autista e da inclusão, o grupo se propõe a realizar espetáculos em escolas. Isso está ligado aos objetivos de vida de Robert e Geovana. “Minha missão é proporcionar alegria e inclusão ao alcance de todos”, relata Robert em relação ao seu trabalho.
“Eu acredito que interligando arte, cultura e educação é possível conscientizar as crianças sobre a importância de não cometer bullying, frequentar o ambiente escolar e combater a depressão”, destaca Geovana. Ela ainda pontua o quanto gosta de trabalhar na área. “É incrível fazer tudo isso através de um espetáculo infantil lúdico e do circo teatro, para que de uma forma leve seja possível levar a sementinha no coração das crianças”.
Ficha técnica
Produção: Maria Cecília Tramontin Mascarenhas
Edição e publicação: Sabrina Waselcoski
Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza
Supervisão e publicação: Aline Rosso e Kevin Kossar Furtado
