“Não virei o William Bonner como muitos debochavam”: perfil do jornalista Daniel Petroski

Daniel Petroski, de 35 anos, iniciou o curso de Bacharelado em Jornalismo em 2008 e se formou em 2011. Ele escolheu Jornalismo por conta da paixão pela televisão. “Eu confesso que entrei no curso por conta da televisão. Eu sempre quis trabalhar com isso e optei pelo jornalismo porque era o mais próximo que eu estaria de ter acesso à televisão”, comenta. Ele lembra que o curso de Jornalismo, na época, era um curso bem concorrido e conceituado. Daniel chegou a fazer outro vestibular e passou no curso de Publicidade e Propaganda em Guarapuava na Unicentro, mas optou por estudar Jornalismo na UEPG, por ser sua cidade natal.

A trajetória de Daniel foi intensa, onde participava de muitas ações, desde atividades como a Semana de Integração e Resistência, até projetos de extensão. Sua turma foi responsável pela formação de alguns projetos de extensão, como o Programa Ade, com o professor Sergio Luiz Gadini, e o Rotinas de Produção com o professor Marcelo Engel Bronosky, onde Daniel foi um dos primeiros bolsistas do projeto. 

“Eu participava de muita coisa como a rádio comunitária, mas também me debruçava nos estudos e participei de diversas atividades do curso”. Foto disponibilizada por Daniel Petroski.

A disciplina favorita do egresso, por incrível que pareça, não era telejornalismo, pelo menos não a parte teórica em si: preferia a parte prática da matéria. Ele tinha afinidade com a parte cultural e teve aulas com a professora Karina Janz Woitowicz, onde podia-se discutir cenários mais amplos. Daniel também gostava de redação e destaca como um dos pontos altos do curso a produção da revista laboratorial Nuntiare, sendo uma possibilidade de ampliar as vertentes com os diversos formatos de jornalismo para os estudantes. 

O curso, como um todo, o ajudou com as atividades profissionais que exerceu. “A graduação nos coloca em contato com várias pessoas. Às vezes, há atividades que não entendemos ou que só buscamos a Prefeitura como fonte. Fazer trabalhos que exigiam o contrário fizeram que eu me tornasse alguém conhecido no meio”. 

Daniel comenta que até mesmo a proximidade com os professores foi importante. Seu primeiro emprego foi com auxílio da professora Irvana Chemin, que lecionava Assessoria de Imprensa, na Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais Municipais (ABRUEM). Na época, Daniel estava terminando o curso, quando a professora o auxiliou com a vaga. Lá trabalhou no gabinete do reitor da UEPG. “Isso me ajudou a buscar contatos e fazer um networking, para me inserir no mercado de trabalho do jornalismo”.

“Em 2010, fizemos uma Semana de Resistência voltada às práticas jornalísticas, um dia para o jornal impresso, outro para rádio, sempre trazendo profissionais atuantes para fazerem parte desse material”. Foto disponibilizada por Daniel Petroski.

Petroski conta que o projeto Rotinas Produtivas, com o professor Marcelo, lhe abriu muitas portas. “Meu primeiro emprego em jornalismo foi graças a esse projeto. Nele, eu acompanhava rotinas produtivas de profissionais que já atuavam. Eu sempre gostei do jornalismo policial então comecei a acompanhar as rotinas do Jornal da Manhã com o Mário Martins”. Após seis meses de formado, foi chamado para um teste no jornal onde trabalhou por seis anos e ainda ajudou a implantar o Portal aRede e logo o egresso começou na TV Rede Massa, que permaneceu por 12 anos e desligou-se em 2025. A ideia é focar em projetos com relação à assessoria de imprensa.

Em 2025, Daniel foi para Barretos, acompanhando o pessoal que se apresentou no Cê Ta Doido Festival. “Desde o início quis a televisão. Apesar de na época ter uma resistência, não virei o William Bonner como muitos debochavam, mas consegui trabalhar na área de TV e fiquei muito feliz. Comecei como repórter e cheguei até a coordenação e hoje na assessoria de imprensa”, afirma Daniel.

“Acredito que no jornalismo temos que saber da nossa verdade, saber o que queremos passar para as pessoas e se não sabemos a nossa verdade você não tem como buscá-la então tendo a convicção da sua verdade você consegue agir e atuar em qualquer lugar”. Foto disponibilizada por Daniel Petroski.

Para Daniel, sua história mais marcante dentro do curso foi a produção de seu Trabalho de Conclusão de Curso, que foi um vídeo documentário dentro da Cadeia Pública de Ponta Grossa Hildebrando de Souza, sobre os guetos religiosos lá dentro. Em uma das tomadas, Daniel e seu colega Gabriel Del Preto Sartini, filmaram um bode que ficava atrás da cadeia e que era tido como um animal místico, pois havia uma história de que o diretor da cadeia era ligado à Maçonaria e havia crença de que isso tinha ligação com o bode. “Quando fomos filmar o bode, a câmera travou. Achamos que tínhamos perdido todo o material mas ao desligar e ligar a filmadora novamente os demais vídeos estavam lá menos a parte do bode. Foi algo bastante assustador, porém legal que ainda carrego”, finaliza Daniel.

Ficha técnica

Produção: Juliane Paszko Goltz

Edição: Juliana Emelly Ferreira da Silva

Revisão: Gabriela Denkwiski

Supervisão de produção: Aline Rosso

Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Kossar

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