Nas pausas entre o trabalho e a rotina intensa, Régis encontrou no fazer jornalístico um espaço de identidade e realização | Foto: Arquivo pessoal
Régis Rieger, natural de Marechal Cândido Rondon, não imaginava na adolescência que dedicaria sua vida ao Jornalismo. Aos 15 anos, começou a trabalhar como balconista de farmácia e almejava uma carreira na área da saúde. O jovem chegou a prestar vestibular para Medicina, mas não foi aprovado. No entanto, tudo mudou após um episódio marcante em 1994. Ao ler uma revista entregue por um representante de produtos laboratoriais, o interesse pelo jornalismo despertou. A partir dali, a comunicação se tornou uma paixão e o caminho profissional.
Naquele momento, Régis já morava em Ponta Grossa, pois havia se mudado para realizar o Ensino Médio no Colégio Agrícola da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Após a conclusão do Ensino Médio, o jovem continuou a trabalhar em farmácia enquanto era bolsista no cursinho pré-vestibular do Colégio Sepam. Régis foi aprovado no vestibular para Jornalismo na UEPG e ingressou no curso em 1995.
Mas a trajetória dentro da Universidade não foi contínua. As dificuldades financeiras o forçaram a trancar a faculdade por dois anos. “Ou eu pagava o aluguel ou ia para o curso”. Após estruturar-se financeiramente, Regis retornou ao curso em 1998 e concluiu a graduação em 2000.
Durante a graduação, Régis não apenas consolidou a paixão pela profissão, mas também viveu transformações pessoais. Conheceu e iniciou um relacionamento com a esposa Kátia Brembatti, também jornalista e atual presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). O casal teve um filho, ainda na graduação, chamado Henrique. “Um diploma extra”, brinca.
Ainda no período da faculdade, Régis conciliava o curso com trabalho na rádio e na TV. O acadêmico acordava às 4h30 para começar o expediente na rádio. Às 7h30 chegava à UEPG para os estudos. Voltava para a emissora à tarde e só encerrava o dia por volta da meia-noite na emissora de TV. “Foi um período de muitos desafios e de superação. Um divisor de águas para minha vida” destaca. Régis relembra um episódio em que um professor, já fora do departamento, afirmou que ele não teria capacidade para trabalhar em rádio. “Sai da sala chorando, mas no futuro provei que tinha competência”.
O jornalista trabalhou durante anos em emissoras de rádio e TV e colecionou amizades. Uma das principais foi com Nei Costa, radialista com quem trabalhou na Rádio Clube. Costa seguiu carreira na Rede Bandeirantes e se tornou padrinho de casamento de Régis. O radialista faleceu em 2019, aos 74 anos.
Da redação à assessoria
A transição para a Assessoria de Imprensa surgiu a partir de uma oportunidade inesperada. Régis já atuou assessorando setores público e privado e no marketing. Hoje, o jornalista trabalha como Gerente de Comunicação e Marketing da Portos do Paraná. Régis reconhece que o perfil do profissional de comunicação mudou. É preciso dominar múltiplas habilidades, como a produção de texto, fotografia, vídeos, áudios, edição e produção de artes gráficas. “As redações estão cada vez mais enxutas. A gente precisa ser multifunção”. Mesmo longe de emissoras, o jornalista nunca perdeu o carinho pelo rádio e pela TV. “Se me perguntarem se eu voltaria, responderia que sim”, afirma.
Com mestrado em Ciências Sociais Aplicadas concluído em 2005, Régis continua comprometido com a qualidade do trabalho que faz. Não busca fama, nem grandes cargos. “Só quero fazer um bom trabalho. Se eu mantiver o padrão que tenho hoje, está tudo certo. Me sinto completamente realizado.” Para ele, o maior reconhecimento está em ser referência como profissional.
Ficha técnica
Produção: João Bobato
Edição: Diego Santana e João Ricardo Fogaça
Revisão: Fabrício Zvir
Supervisão de produção: Aline Rosso
