Amanda Milléo, 36 anos, formada em Jornalismo pela UEPG em 2010.
Foto: Arquivo pessoal
Amanda Milléo Almeida, de 36 anos, formou-se em 2010 no curso de Jornalismo da Universidade Estadual Ponta Grossa (UEPG). Nascida em Ponta Grossa, atualmente mora em São Paulo. Amanda, que era apaixonada pelo jornalismo impresso, hoje trabalha com o jornalismo de saúde.
Milléo entrou no curso de jornalismo da UEPG em 2007, como integrante da 23° turma. Escolheu jornalismo com base nas matérias que tinha mais afinidade na escola. A decisão foi inspirada pelo gosto pela escrita e por contar histórias, mesmo achando uma escolha precipitada na época. Hoje, não se arrepende. Na época da faculdade, a pressa da juventude e a vontade de experimentar tudo gerava angústia diante de um curso mais teórico do que prático. Mas hoje, Milléo reconhece que a leitura é essencial para compreender o mundo em que vive e que o jornalismo a possibilitou encontrar um caminho no meio das indecisões. Depois de 15 anos formada, Amanda olha para trás e entende a importância de uma base teórica. “Quando eu comecei a trabalhar, vi que meus colegas também tinham passado por faculdades de jornalismo, mas que não tinham essa preocupação teórica tão grande. Percebi que eu tinha uma visão mais crítica […] fruto da base teórica”, relata. Ela ainda destaca que o curso de jornalismo da UEPG é reconhecido e elogiado no mercado de trabalho, e que isso fez diferença nos caminhos que seguiu
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Amanda Milléo e Aline Pavezi no primeiro ano da faculdade, durante a Conferência Brasileira de Folkcomunicação de 2007, sediada pela UEPG
Foto: Arquivo pessoal
No jornal laboratorial do curso, Foca Livre, ela e sua turma eram instigados pelos professores para entender qual o interesse público da pauta e porque escrever sobre aquele assunto e não sobre qualquer outro. Nesse período ainda existia uma dificuldade de relacionar os autores lidos em aula e a prática jornalística em si. Marcelo Bronosky, professor que ministrava a disciplina, teve o papel de provocar os alunos, que devido a alguns privilégios, esquecem da realidade da sociedade.
Amanda relembra que as reuniões de pauta eram um desespero coletivo. “Eu tinha uma amiga que chorava cada vez que tinha reunião do foca. Ela chegava com uma pauta tremendo, ele [professor] ia perguntando e ela: ‘eu não sei’ e chorava”. Apesar do desespero da época, a instigação do professor serviu para criar um olhar mais crítico da turma. Além do Marcelo, Amanda lembra de professores como Hebe Gonçalves, Carlos Oliveira, Rafael Schoenherr, Sergio Luiz Gadini e Zenilda, que, em suas palavras, foram muito importantes na sua formação.
Gadini foi seu orientador de TCC, uma monografia. Amanda lembra que quando surgiu a dúvida de qual nome daria em cada capítulo do material. Ele a forçou a pensar: “Qual você acha que deveria ser?”, e, no final da orientação, ela mesma tinha respondido suas próprias dúvidas. Para ela, esse foi um dos momentos marcantes da sua formação.
Turma 23 no antigo laboratório de telejornalismo da UEPG.
Foto: Arquivo pessoal
Amanda Milléo participou do projeto de extensão Radioescola, organizado pela professora Zenilda. A iniciativa, parceria do curso com o Colégio Estadual Meneleu, toda semana recebia os alunos da escola no ambiente universitário para aprenderem e realizarem atividades no laboratório de rádio.
Milléo estudava na época em que a tecnologia começava a surgir nas universidades. Ela conta que gravava as fotos em disquete, um tipo de mídia de armazenamento removível usada para armazenar e transferir dados no computador. Ela explica que a turma já utilizava pendrive, mas o computador usado para fazer a diagramação do jornal laboratorial Foca Livre só aceitava disquete.

Amanda e Emmanuel Fornazari em uma rádio resistência entre 2008 e 2009.
Foto: Arquivo pessoal
Amanda saiu da Universidade e passou no treinee do Grupo Paranaense de Comunicação, onde aprendeu mais sobre o jornalismo impresso. Em seguida começou a trabalhar como freelancer na Gazeta do Povo. Foi lá onde, depois de contratada formalmente, surgiu o interesse pelo jornalismo de saúde. Entre 2017 e 2019 fez mestrado na Universidade Federal do Paraná, com pesquisa sobre o movimento antivacinação/antivacinas brasileiro nas redes sociais, com foco no Facebook. Atualmente é especialista de comunicação da Healthtec Alice e membro da Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Ciência. No momento difícil em que a profissão se encontra, a jornalista destaca: “A curiosidade que nós jornalistas carregamos é o que vai salvar nossa profissão”.

Amanda e seus amigos Aline Pavezi, Daiani Martins Machado, Emmanuel Fornazari e Marcelo Lacerda.
Foto: Arquivo pessoal
Ficha técnica
Produção: Amanda Grzebielucka
Edição: Eduarda Gomes
Supervisão de produção: Aline Rosso
Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Kossar Furtado
