Diocese de Ponta Grossa se aproxima da comemoração do aniversário de 100 anos

Missionários visitam cerca de 144 mil casas  de Ponta Grossa e região

Mesmo com a celebração dos 100 anos da Diocese de Ponta Grossa, que será realizada em 2026, as lideranças já se mobilizam para os preparativos desde o início de 2025. Uma das principais ações é a visita às residências por missionários das 47 paróquias que compõem os 17 municípios da Diocese. A proposta, idealizada pelo bispo Dom Bruno Elizeu Versari, tem como objetivo aproximar a Igreja das famílias e identificar fiéis que ainda não receberam sacramentos como o batismo, a primeira comunhão ou crisma.

A padroeira da Diocese é Maria, segundo a bíblia, mãe de Jesus Cristo – no título de Mãe da Divina Graça. Segundo o padre Hélio Guimarães, coordenador diocesano da Pastoral Vocacional, as visitas são inspiradas na passagem bíblica durante a gravidez de Maria . “Queremos que Maria leve Jesus a todas as nossas famílias, assim como ela visitou a sua prima Isabel”, explica. 

As visitas deveriam ser realizadas durante a quaresma. No entanto, algumas paróquias ainda não concluíram a missão. De acordo com a coordenação diocesana da Ação Evangelizadora, cerca de 144 mil lares devem ser visitados por mais de 10 mil voluntários. Durante as visitas, os missionários rezam com as famílias e  preenchem um formulário para levantar informações sobre os sacramentos de cada pessoa. Como lembrança, cada lar recebe uma capelinha de papel no formato da Catedral Sant’Ana.

O interior da capelinha contém orações do Centenário e do Ano Jubilar (Foto: João Bobato)

Resgate da fé

Segundo o último levantamento do IBGE, divulgado em junho deste ano, a Igreja Católica registrou a menor marca no número de fiéis desde o início da realização do censo demográfico no Brasil, em 1872. Atualmente, 56,75% dos brasileiros se declaram católicos. O índice é 8,45% inferior em relação ao censo de 2010. Em contrapartida, em Ponta Grossa o catolicismo é a religião de 59,92% da população, superando a média nacional.

As visitas têm o propósito de chamar os fiéis de volta à igreja e às celebrações católicas, e buscam reverter o cenário de queda no âmbito nacional. “Embora não fosse esse o objetivo inicial, acabou acontecendo naturalmente. Muitas pessoas voltaram a participar ou começaram a frequentar a comunidade local”, explica o padre Hélio.

Os resultados da mobilização jubilar já são vistos por quem participa ativamente nas comunidades. Heri Carla Amaral, 28 anos, participante da Paróquia São Francisco de Assis, bairro Chapada, entende que as visitas colaboram para motivar o retorno dos fiéis à Igreja Católica. “Vejo um aumento de pessoas que desejam receber os sacramentos”, esclarece.

João Palma, 23 anos, missionário na Paróquia Santa Rita de Cássia, bairro Ronda, relata que a experiência de visitar famílias foi transformadora para a sua própria fé. “Consegui reavivar meu compromisso de cristão, que é levar o amor de Deus não importa a quem”. Para ele, a proposta da Diocese representa na prática a vivência do evangelho. “É uma forma de levar o amor de Deus àqueles que ainda não o conhecem”. 

O paroquiano da Igreja Menino Jesus, em Guamiranga, Eduardo Beledelli, 18 anos, destaca o alinhamento entre a atuação da Diocese com aquilo que o Papa Leão XIV pediu à Igreja. “O papa deixou muito claro o seu desejo de uma igreja missionária e a nossa Diocese está indo de acordo”, observa. 

As pessoas que receberam as visitas e, ainda, não possuíam algum dos sacramentos, mas desejam recebê-los, estão sendo acompanhadas pela Catequese Jubilar – etapa de preparação promovida pelas lideranças católicas. A celebração  está prevista para maio de 2026, mês em que a Diocese completa 100 anos. O número de participantes ainda não foi divulgado, pois os dados permanecem sob responsabilidade das paróquias e não foram repassados à coordenação diocesana da Ação Evangelizadora.

Como parte das ações comemorativas, a Diocese também criou a Revista do Centenário. Com publicação mensal, terá 12 edições e mais uma 13ª edição especial. “O objetivo é tornar mais acessíveis as iniciativas relacionadas à celebração do centenário”, explica o padre Hélio Guimarães, integrante do Conselho Editorial do informativo. “Queremos levar a história da nossa Igreja local a todas as paróquias e valorizar os diversos campos de evangelização, como as pastorais”, conclui.

 Revista do centenário reúne histórias das paróquias como espaço de evangelização (Foto: Assessoria de Comunicação Diocese de Ponta Grossa)

Ficha técnica

Produção: João Bobato

Edição e publicação: Eloise da Silva, Fernanda Matos e Gabriele Proença

Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza

Supervisão e publicação: Aline Rosso e Kevin Furtado

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